Folha de S. Paulo


BNDES terá linha para estimular exportação de defesa

O governo federal anunciou a criação de uma linha de crédito específica para países interessados em comprar equipamentos de defesa brasileiros. No ano passado, o setor exportou R$ 4,7 bilhões.

A medida faz parte de um pacote de incentivo à industria nacional, que se queixa da inconstância dos investimentos militares do governo.

A Defesa, segundo maior orçamento de investimentos da Esplanada, teve cerca de 40% dos R$ 15 bilhões esperados no setor bloqueados no contingenciamento anunciado. Ainda não há detalhes sobre quais programas serão afetados.

As condições da linha, a ser aberta pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), ainda serão divulgadas.

Segundo o ministro Raul Jungmann (Defesa), o pacote inclui a criação de um grupo dedicado à defesa na Camex (Câmara de Comércio Exterior).

Não há, obviamente por falta de dinheiro, verba orçamentária nova prevista. Mas o anúncio, feito na abertura da LAAD (maior feira de defesa e segurança da América Latina), vai ao encontro ao que a indústria pedia.

"Precisamos disso, de apoio para facilitar os negócios", disse Frederico Aguiar, presidente da associação do setor.

DEFESA E SEGURANÇA NO BRASIL - Tamanho do setor, em % do PIB

EXPECTATIVAS

Segundo a presidente do BNDES, a expectativa do banco é que o setor de defesa no Brasil tem potencial para exportar até US$ 35 bilhões nos próximos 20 anos.

A ideia é que o BNDES financie equipamentos de defesa, como aviões, helicópteros, carros de combate, navios patrulha e até sistema de baterias anti-aéreas. O banco, contudo, não financiará munições.

Segundo o banco, o país tem hoje cerca de 220 empresas neste setor, que emprega 60 mil pessoas.

O banco não deu detalhes de condições de financiamento. Disse apenas que oferecerá condições competitivas para empréstimos por até 25 anos.

Como o setor de defesa é muito subsidiado, a ideia é que o banco apresente condições para competir no nível internacional.

TAMANHO EM 2014: - R$ 202 bi, dos quais:

"Iremos pesquisar concorrências internacionais e apresentar propostas em linha com valores praticados", disse.

A ideia é que produtos de empresas brasileiras venham "casados" com financiamentos do BNDES.

O presidente da Embraer, Jackson Schneider, disse que pretende utilizar a linha para participar de concorrências no exterior.

Ele afirmou que está em vista de partocipar de 10 disputas no mundo. A primeira seria divulgada ainda este ano.


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