Folha de S. Paulo


Braço de petróleo da Odebrecht atrasa pagamento de juros a credores

Janine Costa/REUTERS
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Odebrecht atrasa pagamento a investidores

A Odebrecht Óleo e Gás (OOG), braço do grupo baiano que opera sondas e plataformas de petróleo, está enfrentando dificuldades para pagar a investidores os juros de sua dívida.

Na sexta-feira (31), a empresa informou que espera depositar até sexta-feira (7) os US$ 32,2 milhões de juros devidos aos detentores de um bônus com vencimento em 2022. O pagamento deveria ter sido realizado no dia 1º de março.

A dívida da companhia chega a US$ 4 bilhões e vem sendo renegociada com credores desde setembro de 2015, quando a Petrobras rompeu o contrato de aluguel de uma sonda.

É uma das maiores pendências no mercado do grupo Odebrecht, que enfrenta restrições de crédito e perda de clientes desde que a Lava Jato revelou um esquema de pagamento de propina a políticos.

A OOG tinha um "período de graça" de 30 dias para pagar os juros dos títulos, mas o prazo expirou. Por causa disso, a Fitch rebaixou a classificação da OOG para o pior patamar de sua escala, reservado a empresas inadimplentes.

Segundo uma pessoa próxima ao grupo Odebrecht, o pagamento atrasou porque a empresa decidiu acessar garantias de cartas de crédito para fazer o pagamento dos juros e a operação é demorada.

Como a empresa está inadimplente, os credores poderiam pedir uma antecipação do pagamento de toda a dívida, o que inviabilizaria a companhia. Mas é pouco provável que isso ocorra, porque as negociações estão avançadas e os credores não têm interesse em ficar com as sondas operadas pela empresa.

Pela proposta em negociação, a OOG pediria uma recuperação extrajudicial, um plano que exigiria a aceitação de 60% dos credores. A empresa manteria em dia os pagamentos de parte de sua dívida e renegociaria o restante com um prazo mais dilatado.


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