Folha de S. Paulo


Na OMC, governo pede que não haja 'restrições arbitrárias' à carne

Rivaldo Gomes/Folhapress
Supermercado Ruby, na zona leste de São Paulo, tinha moedor de carne sujo e outros problemas
Supermercado Ruby, na zona leste de São Paulo

O governo brasileiro fez um apelo para que os países não adotem "restrições arbitrárias" à importação de carne brasileira durante uma reunião na Organização Mundial do Comércio (OMC).

A manifestação acontece depois que diversos países, incluindo a China e a União Europeia, suspenderam total ou parcialmente às compras de frigoríficos brasileiros investigados na Operação Carne Fraca.

Na sexta-feira (17), a PF divulgou que encontrou indícios de um esquema de corrupção dos fiscais agropecuários do ministério da Agricultura, que comprometeria a qualidade da carne. As empresas envolvidas e o governo brasileiro afirmam que os problemas são pontuais.

OPERAÇÃO CARNE FRACA
PF deflagra ação em grandes frigoríficos

"O Brasil espera que os demais membros não adotem medidas que constituem restrições arbitrárias ao comércio internacional e que ferem as regras da OMC", sustentou o Itamaraty durante uma reunião do comitê de medidas sanitárias e fitossanitárias da entidade.

Os diplomatas da delegação brasileira em Genebra garantiram que o sistema de controle sanitário do Brasil é "sólido" e "confiável" e buscaram minimizar os problemas encontrados pela PF.

"As investigações não estão focadas no sistema de inspeção agrícola e animal do Brasil, cujo rigor é amplamente reconhecido, mas apenas em alguns casos de conduta inadequada", disseram.

O Itamaraty ressaltou ainda que apenas 33 dos 2,3 mil inspetores do ministério da Agricultura e 21 das 4.837 unidades de abate de animas foram envolvidas no escândalo.

Os diplomatas brasileiros informaram que estão a disposição para esclarecer dúvidas dos demais 164 membros da OMC, mas nenhum dos países presentes ao encontro fez perguntas ao Brasil.


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