Folha de S. Paulo


Empresas boicotam Google por anúncios junto a páginas extremistas

Kimihiro Hoshino - 28.jun.2012/AFP
Pessoas são vistas na empresa Google, durante conferência anunal da empresa, em San Francisco, Estados Unidos. *** A Google logo is seen through windows of Moscone Center in San Francisco during Google's annual developer conference, Google I/O, in San Francisco on June 28, 2012 in California. AFP PHOTO / Kimihiro Hoshino
Pessoas são vistas na empresa Google, durante conferência anunal da empresa, em San Francisco

Anunciantes britânicos abandonaram o Google na semana passada porque a publicidade comprada por eles surgia em páginas ou vídeos de YouTube vinculados a organizações extremistas ou com discurso de ódio.

Entre os anunciantes que se retiraram das plataformas publicitárias estão o braço britânico da agência de publicidade Havas —que representa anunciantes como Hyundai e Domino's Pizza—, o jornal "The Guardian", a rede de televisão BBC e o próprio governo do Reino Unido.

Em resposta ao boicote, o Google iniciou "uma revisão completa das políticas de anúncios publicitários e de controles de marca", informou a unidade britânica da empresa de tecnologia.

"Faremos alterações nas próximas semanas para dar às marcas maior controle sobre onde seus anúncios apareceram no YouTube e na Rede de Display do Google", disse Ronan Harris, diretor do Google no Reino Unido.

O gabinete britânico convocou o Google para, nesta semana, explicar por que recursos públicos estão sendo usados para financiar grupos extremistas. Quando o Google coloca um anúncio na página, esta recebe parte do que o anunciante pagou.

ESTADO ISLÂMICO

O boicote ao Google e a promessa de mudanças feita pela empresa vieram após uma série de reportagens do jornal "The Times". A primeira, publicada no início de fevereiro, levantou anúncios em sites e vídeos ligados ao Estado Islâmico e ao grupo neonazista Combat 18.

Entre as marcas, montadoras como Mercedes-Benz, Jaguar e Honda, bancos como HSBC e Lloyds e empresas de mídia e tecnologia como Disney, Thomson Reuters e Dropbox. Na reportagem mais recente, o "Times" encontrou anúncios do "Guardian".


Endereço da página: