Folha de S. Paulo


BC dos EUA confirma expectativas e eleva juros em 0,25 ponto percentual

Elijah Nouvelage/Getty Images/AFP
A presidente do Fed, Janet Yellen;

O Federal Reserve (Fed, Banco Central americano), anunciou nesta quarta-feira (15) um aumento de 0,25 ponto percentual na sua taxa básica de juros –o terceiro em pouco mais de um ano– e manteve a previsão de três altas dos juros para 2017, incluindo a desta quarta.

Com a decisão, a taxa, equivalente à Selic brasileira, passa da faixa de 0,50% a 0,75% ao ano para 0,75% a 1,00%. Em dezembro passado, o Fed também tinha elevado os juros em 0,25 ponto percentual. A outra alta havia sido em dezembro de 2015.

O aumento determinado pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) já havia sido sinalizado pela presidente do Fed, Janet Yellen, no início deste mês, quando afirmou que a perspectiva de crescimento da economia americana era "boa" e que os riscos exteriores pareciam ter diminuído.

"Dados recebidos desde o encontro do Fomc em fevereiro indicam que o mercado de trabalho continua a se fortalecer e que a atividade econômica continua a se expandir num ritmo moderado", diz o comunicado divulgado pelo banco central.

O Fed ainda destaca que os ganhos na geração de emprego "permanecessem sólidos" e que a taxa de desemprego mudou muito pouco nos últimos meses –após duas altas de 0,1 ponto percentual depois da eleição de novembro, ela caiu em fevereiro (de 4,8% para 4,7%).

Juros dos EUA - Evolução da taxa, em %

O relatório do Fed confirma que a divulgação, na última semana, do relatório do governo mostrando que os EUA criaram 235 mil postos de trabalho em fevereiro —número maior que a expectativa inicial de 200 mil vagas– de fato reforçou o otimismo quanto ao crescimento doméstico, fazendo com que o Fed subisse os juros.

O texto destaca ainda o crescimento da inflação nos últimos trimestres, "chegando perto da meta do comitê de 2%".

"O comitê espera que, com os ajustes graduais na orientação da política monetária, a atividade econômica se expanda a um ritmo moderado, as condições do mercado de trabalho sejam reforçadas um pouco mais e a inflação se estabilize em torno de 2% a médio prazo", diz o texto, afirmando ainda que os riscos a curto prazo "parecem equilibrados".

"O comitê continuará acompanhando de perto os indicadores de inflação e a evolução econômica e financeira a nível mundial", completa.

Antes dos sinais emitidos por Yellen e outros integrantes do Fed, investidores estimavam que o Banco Central poderia esperar até junho para aumentar os juros novamente, para ter tempo de avaliar como vão evoluir as propostas de Trump sobre cortes de impostos, regulamentações e maiores gastos com infraestrutura e defesa.

Na sua reunião de fevereiro, realizada menos de 15 dias após a posse de Donald Trump, o comitê do Banco Central havia optado por manter a taxa de juros entre 0,5% e 0,75% ao ano. Apesar de destacar a solidez do mercado de trabalho no país e o aumento da confiança de consumidores e empresas, o Fomc quis esperar sinais mais claros do novo governo antes de mexer na política monetária.

Na última terça-feira, a cautela nos mercados internacionais quanto ao anúncio do Fed havia levado à valorização do dólar, com as Bolsas fechando no vermelho.

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