Manifestantes contrários à reforma da Previdência da Via Campesina Brasil e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram na madrugada desta quarta-feira (15) o prédio do Ministério da Fazenda na Esplanada dos Ministérios.
Nota divulgada pela assessoria de imprensa do MST afirma que mais de 1.500 pessoas teriam invadido o prédio, onde uma faixa contrária à reforma foi colocada. A Polícia não informou quantos manifestantes estão no local.
A comunicação do Ministério da Fazenda confirmou que o prédio foi invadido por volta das 5h desta quarta, após as portas do prédio terem sido quebradas, e que nenhum funcionário pode entrar.
De acordo com a pasta, o edifício foi desocupado por volta das 15h desta quarta. "Os servidores da área de patrimônio do ministério relataram que várias paredes foram pichadas, divisórias, portas de madeira e de vidro foram quebradas. Alguns equipamentos foram jogados no chão. Na entrada do edifício, a porta principal teve os vidros quebrados e parte da grade arrancada. Em nenhum momento os manifestantes apresentaram pauta de reivindicações ou pediram audiência com qualquer autoridade", disse o ministério em nota.
O prédio será liberado nesta quinta (15) pela manhã, ainda segundo a Fazenda. "Posteriormente o ministério apresentará um relatório mais preciso dos danos e buscará o ressarcimento dos prejuízos aos cofres públicos."
O ministro Henrique Meirelles transferiu parte de sua agenda da manhã, como uma reunião com o presidente mundial do CitiGroup, Michael Corbat, para a Esaf (Escola de Administração Fazendária), onde tem o primeiro compromisso do dia em reunião extraordinária do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária).
"A perda de direitos e os retrocessos promovidos pelo governo Temer são os principais motivadores da ocupação, que tem sua centralidade na luta contra a reforma da Previdência, enviada pelo presidente Michel Temer em dezembro do ano passado", diz trecho da nota divulgada pelo movimento.
"O governo alega que existe um rombo na previdência fiscal, o que já foi desmentido pelo Dieese e também por especialistas em auditoria, como a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil".
De acordo com o MST, a ocupação foi realizada por movimentos da Via Campesina Brasil, MST, MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e MMC (Movimento das Mulheres Camponesas), entre outros.