A fabricante norte-americana de chips Intel se tornou a mais recente gigante do Vale do Silício a fazer uma grande aposta nos carros autônomos, ao investir US$ 15,3 bilhões na aquisição da Mobileye, empresa israelense que fabrica sensores que ajudam a detectar obstáculos nas ruas.
A transação é a mais cara até o momento no mercado de tecnologia para veículos autônomos, que vem sendo objeto de forte competição entre grupos como a Waymo (da Alphabet), Tesla e Uber, bem como de diversas montadoras tradicionais.
A Mobileye fabrica sistemas de segurança visuais, entre os quais câmeras e chips para automóveis, tomando por base seus algoritmos de aprendizado mecânico, capazes de detectar pedestres, veículos e sinais de trânsito e de ajudar a facilitar a operação de veículos autônomos.
Enquanto seu tradicional mercado de processadores para computadores continua a encolher, a Intel batalha por espaço em categorias emergentes, entre as quais drones, relógios inteligentes e realidade virtual.
Entre os fabricantes de chips, a Nvidia ganhou vantagem inicial no desenvolvimento de processadores que ocupam posição central em sistemas autônomos, como o Autopilot, da Tesla, o que vem forçando seus rivais a correr para recuperar o atraso.
A aquisição da NXP pela Qualcomm por US$ 47 bilhões, em outubro, foi impulsionada pelo desejo da fabricante de chips para aparelhos móveis de acelerar seu avanço no setor automotivo. A Samsung pagou US$ 8 bilhões pela fabricante de autopeças Hartman International, em novembro.
HERE
Em janeiro, a própria Intel pagou centenas de milhões de dólares por uma participação acionária na Here, produtora de sistemas de mapeamento de alta definição que antigamente era parte da Nokia, o que lhe oferece mais um dos elementos essenciais para os carros autônomos.
A Mobileye foi fundada em 1999 por Amnon Shashua, professor de ciência da computação na Universidade Hebraica, e Ziv Aviram, que hoje é presidente-executivo da empresa. Sediada em Jerusalém e com 600
funcionários, a companhia fornece componentes a montadoras.
A transação é a maior aquisição de um grupo israelense por uma companhia estrangeira nos 69 anos de existência do Estado judaico.
Tradução de PAULO MIGLIACCI