Folha de S. Paulo


Dono da Avianca rebate ataques de sócio minoritário

Mike Segar/Reuters
German Efromovich, presidente e principal acionista da Avianca
German Efromovich, principal acionista da companhia aérea Avianca

Germán Efromovich, o principal acionista da Avianca, rebateu nesta quinta (2) as acusações do acionista minoritário que entrou na Justiça dos EUA para tentar barrar proposta de parceria entre a companhia aérea colombiana e a United Continental.

A Kingsland, segundo maior acionista da Avianca, afirma que esse acordo foi "secretamente" negociado por Efromovich "para seu próprio benefício".

Efromovich, que também é dono do conglomerado Synergy Group, disse que a Kingsland "está subestimando" a Justiça americana e "tentando criar uma história". Em entrevista a jornalistas, ele afirmou que não está surpreso com a iniciativa do minoritário e que a negociação entre ambos já não era possível fora dos tribunais.

"Na última reunião do conselho, eu implorei ao sr. Roberto [Kriete, presidente da Kingsland] que fosse de uma vez à Justiça porque ele vinha ameaçando fazer isso havia um ano", disse o empresário.

A Avianca, uma das maiores empresas aéreas da América Latina e um parceiro potencial para as companhias americanas que querem ter maior presença na região, anunciou em janeiro que buscava uma aliança estratégico-comercial com a United.

A notícia veio após meses de especulação sobre possíveis parcerias com outras empresas, como a americana Delta e a panamenha Copa.

AL CAPONE

Efromovich não quis dar detalhes de como eram as outras propostas, mas afirma que a diferença é que elas incluíam a venda do controle da companhia.

"Ninguém pode obrigar o Synergy a vender o controle. Não estamos nos tempos do Al Capone em que alguém entra na sua casa e diz: 'Você tem de vender, senão eu vou matar sua mãe'", disse.

Também foi anunciado na ocasião que o Synergy faria uma injeção de até US$ 200 milhões na companhia colombiana. Nesta quinta-feira, Efromovich disse também que tal investimento do Synergy foi feito para demonstrar que o grupo não está disposto a vender sua posição na companhia.

"De onde o dinheiro está vindo não é problema de ninguém. É problema nosso. Temos crédito, vamos buscar dinheiro de qualquer investidor, seja banco ou recursos próprios. É irrelevante para esse propósito", disse Efromovich ao ser questionado sobre a origem do recurso.

O empresário negou que o fundo norte-americano Elliott Management, de quem tomou dinheiro emprestado em diversas ocasiões no passado, tenha usado de sua posição como credor de Efromovich para forçar a Avianca a entrar em uma parceria estratégica com uma grande companhia aérea.

"Temos negócios com o Elliott há anos, mas ele não tem nada a ver com isso."


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