Folha de S. Paulo


Construtora PDG deve entrar com pedido de recuperação judicial nesta quarta

Karime Xavier/Folhapress
Empreendimento da PDG
Empreendimento da PDG

A construtora e incorporada PDG Realty vai entrar nesta quarta-feira (22) com pedido de recuperação judicial perante a Comarca da Capital do Estado de São Paulo, informou a construtora.

Conforme o documento, a decisão foi tomada porque o acordo de reestruturação de dívidas celebrado com os bancos em maio do ano passado não surtiu o efeito esperado.

Inicialmente, a PDG renegociou o cronograma de vencimentos com Bradesco, Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Caixa Econômica Federal, mas em julho o acordo foi ampliado e passou a incluir o Banco Votorantim.

A construtora ainda contratou a empresa de assessoria de reestruturação RK Partners em novembro para apresentar um plano de resgate.

Mas o "Grupo PDG continuou a enfrentar sérias dificuldades na gestão e continuidade de seus empreendimentos imobiliários", disse a empresa no fato relevante. Entre elas, a PDG destacou o crescente número de distratos, a queda das vendas, a interrupção de obras em andamento, o acúmulo de dívidas condominiais e de IPTU, bem como o grande volume de ações judiciais movidas por clientes, funcionários e prestadores de serviços.

Bruno Santos/Folhapress
São Paulo, SP, BRASIL- 14-10-2015: Parque Residence, PDG Realty, localizado na Rua Dona Tecla, 48, Guarulhos. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress) *** IMÓVEIS *** EXCLUSIVO FOLHA***
Fachada do Parque Residence, da incorporadora PDG Realty, em Guarulhos

Por isso, o conselho de administração da companhia concluiu que o ajuizamento da recuperação judicial é a "medida mais adequada" para manter a normalidade operacional das atividades da companhia e suas controladas, preservar o valor e proteger o caixa, segundo o documento.

Ainda de acordo com o fato relevante, uma Assembleia Geral Extraordinária foi convocada para ratificação do pedido.

Em 17 de fevereiro, a Reuters noticiou que a PDG considerava entregar prédios e terrenos em garantia aos credores antes de uma eventual recuperação judicial.

Nos nove primeiros meses de 2016, a PDG amargava prejuízo líquido de R$ 2,868 bilhões, bem superior ao resultado negativo de R$ 795,4 milhões apurado de janeiro a setembro de 2015. A dívida líquida e os custos a incorrer totalizavam R$ 6 bilhões ao final do terceiro trimestre.

A empresa deve divulgar os números do quarto trimestre e do consolidado de 2016 em 29 de março, conforme informações no site de Relações com Investidores.

As ações da PDG subiam 3,1%, a R$ 3,33, nesta quarta-feira antes terem as negociações suspensas na BM&FBovespa em razão do anúncio.


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