Folha de S. Paulo


Ex-presidente da Telecom Italia é absolvido pelo caso Kroll

Carlo Cerchioli-3.abr.04/AFP
ORG XMIT: 582501_1.tif Marco Tronchetti Provera, presidente da Telecom Itália. (FILES) - File Picture taken 03 April 2004 in Milan of Telecom Italia President Marco Tronchetti Provera. Provera resigned 15 September 2006 after he criticized the government of Italy's Prime Minister Romano Prodi after a review strategy of his group. Telecom Italia's decision to break up its local fixed network and mobile phone activity got a cool reception by analysts 12 September, while government officials voiced fears another industrial jewel could fall into foreign hands. The government expressed grave reservations about Telecom Italia's new direction. AFP PHOTO / CARLO CERCHIOLI
Ex-presidente da Telecom Italia e atual presidente da Pirelli, Marco Tronchetti Provera

A Justiça italiana absolveu Marco Tronchetti Provera, ex-presidente da Telecom Italia e que hoje comanda a Pirelli, da acusação de receptação em meio a uma disputa com o grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, pelo controle da então Brasil Telecom.

O executivo havia sido condenado em 2013 a um ano e oito meses de prisão, mas nunca foi preso.

Ele recorreu da decisão e foi absolvido em segundo grau em junho de 2015. Em fevereiro do ano passado, porém, a Corte de Cassação de Roma (equivalente ao Supremo Tribunal Federal) anulou a sentença e determinou um novo julgamento, concluído nesta quinta-feira (9).

"Eu fui condenado por ter entregue aqueles que nos espionavam. Vou recorrer e tenho certeza de que a verdade vai aparecer", disse Provera à época da condenação.

Em julho de 2004, a Folha publicou que, por encomenda da Brasil Telecom, a consultoria Kroll estava investigando executivos da Telecom Italia e membros do governo. A investigação atendia a interesses do grupo Opportunity, que travava uma batalha com a Telecom Itália pelo controle da Brasil Telecom.

A ação teria sido uma resposta à suposta aliança entre petistas e italianos para tomar o controle da Brasil Telecom de Dantas.

A espionagem atingiu autoridades como o então ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula, Luiz Gushiken, e o presidente do Banco do Brasil à época, Cássio Casseb. A Previ, fundo de pensão de funcionários do BB, era acionista da Brasil Telecom.

Em resposta, um computador da Kroll teria sido invadido e um CD entregue à Polícia Federal por um executivo da Telecom Italia. O objetivo seria incriminar a Kroll e a Brasil Telecom, segundo o grupo Opportunity. Uma perícia provou que a mídia havia sido adulterada.


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