Folha de S. Paulo


Assinatura digital do jornal "The New York Times" dispara após Trump

Ramin Talaie/AFP
Vista da fachada do prédio do jornal
Vista da fachada do prédio do jornal "New York Times", em Nova York (EUA)

O "New York Times" reagiu às afirmações de Donald Trump de que sua audiência está "desaparecendo" com o anúncio da maior alta em suas assinaturas digitais, especialmente no período posterior à eleição dos EUA.

"Nem tanto, senhor presidente. Nossa audiência no trimestre foi espetacular", disse Mark Thompson, presidente-executivo da New York Times Co., em resposta às mensagens de Trump no Twitter definindo o jornal como "falido" e classificando seu conteúdo como "falsas notícias".

Em janeiro, o jornal anunciou um investimento extra de US$ 5 milhões a cobertura do governo Trump.

O "New York Times" elevou em 276 mil o seu número de assinaturas digitais no último trimestre de 2016, seu melhor desempenho desde que começou a cobrar pelo acesso on-line ao seu conteúdo, em 2011.

Nas semanas imediatamente posteriores à eleição de Trump, o número de assinaturas novas decuplicou, comparado ao mesmo período um ano antes.

As assinaturas digitais atingiram 1,6 milhão no fim do quarto trimestre (alta de 47% em um ano), o que eleva o total de assinantes on-line e da versão impressa a mais de 3 milhões.

O sucesso digital, no entanto, não basta para compensar o declínio na publicidade em mídia impressa.

O "New York Times" sofreu queda de 9% em seu faturamento publicitário anual, com 16% de recuo na publicidade impressa. No segmento digital, houve 6% de alta nas vendas de anúncios e 17% na receita de assinaturas.

O jornal depende em larga medida de suas operações de mídia impressa, que oferecem margem elevada de lucro. Os US$ 232,8 milhões em vendas de assinaturas digitais em 2016 responderam por pouco mais de um quarto da receita total de circulação. O faturamento com publicidade on-line, de US$ 208,8 milhões, respondeu por 36% das vendas totais de publicidade.

O lucro líquido da empresa caiu 28% no trimestre, para US$ 37,1 milhões. O faturamento recuou 1%, para US$ 439,7 milhões.

No ano, o lucro caiu 54%, para US$ 29,1 milhões, e a receita, 2%, para US$ 1,6 bilhão.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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