Folha de S. Paulo


Hackers trancam portas de quarto de hotel na Áustria e pedem resgate

Seehotel Jaegerwirt/Associated Press
This photo, dated Dec. 2016, shows the Romantik Seehotel Jaegerwirt, a hotel in the Austrian Alps at Turracher Hoehe. The hotel's management says it is ditching its electronic room cards for the old-fashioned locks and keys after being repeatedly targeted by hackers. One recent intrusion resulted in new guests being briefly unable to access their rooms. (Seehotel Jaegerwirt via AP) ORG XMIT: LGL201
Romantik Seehotel Jägerwirt, hotel austríaco alvo de hackers

O pedido de resgate chegou por e-mail depois que cerca de uma dúzia de hóspedes descobriram que estavam impedidos de entrar em seus quartos em um hotel alpino à beira de um lago austríaco.

O sistema de chaves eletrônicas do pitoresco Romantik Seehotel Jägerwirt havia sido infiltrado, e o hotel havia perdido o acesso ao seu sistema de computação. O resultado foi que os hóspedes ficaram impedidos de entrar em seus quartos, causando confusão e pânico no saguão.

"Bom dia?", começava a mensagem de e-mail, segundo Christoph Brandstätter, o gerente de hotel. Em seguida, a mensagem pedia um resgate de dois bitcoins, ou cerca de US$ 1.800, e avisava que o custo dobraria se o hotel não atendesse ao pedido até o final do dia, 22 de janeiro.

Brandstätter disse que o e-mail incluía detalhes sobre uma "carteira de bitcoin" (a conta onde o pagamento deveria ser feito) e terminava com "tenha um bom dia!"

O hotel, com diárias de até US$ 530, estava lotado, e a decisão foi ceder à exigência.

Especialistas em segurança dizem que o ataque ao hotel parece ser um novo exemplo de uma forma de pirataria moderna. A arma? Um tipo de software conhecido como "ransomware".

O crime é simples. As vítimas tipicamente recebem um e-mail com link ou anexo que contém software que codifica os arquivos de seus computadores e os torna reféns até que o resgate seja pago.

Muitos dos hackers que executam esse tipo de ataque operam na Rússia e na Europa Oriental, de acordo com a polícia, e é comum que peçam resgates em bitcoin, uma moeda digital cujo movimento é difícil de rastrear.

Tony Neate, presidente-executivo da Get Safe Online, uma organização sem fins lucrativos de segurança digital, disse que os resgates pedidos nas operações de ransomware em geral são baixos o bastante para que as vítimas optem por pagá-los.

Como resultado, porém, os hackers precisam realizar dezenas de ataques por dia para que as operações sejam financeiramente viáveis.

De acordo com o governo dos EUA, o número de ataques de ransomware quadruplicou em 2016, para uma média de 4.000 ao dia.

O FBI diz que o custo desses ataques para as vítimas subiu a US$ 209 milhões nos três primeiros meses do ano passado, ante US$ 24 milhões no mesmo período em 2015.


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