Folha de S. Paulo


Presidente do Fed alerta para risco de 'superaquecimento' da economia

Elijah Nouvelage/Getty Images/AFP
Presidente do Fed, Janet Yellen, fala sobre política monetária americana
Presidente do Fed, Janet Yellen, fala sobre política monetária americana

Com a política monetária ainda modestamente expansionista, o banco central dos Estados Unidos deveria continuar a elevar a taxa de juros lentamente para manter os empregos abundantes e a inflação baixa, afirmou na quinta-feira (19) a presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Janet Yellen.

"Acho que permitir que a economia ande de forma acentuada e persistentemente 'aquecida' será arriscado e imprudente", disse.

Embora ainda não haja sinais de que o Fed esteja atrás da curva ou que a economia esteja em perigo de uma repentina alta da inflação ela disse: "considero prudente ajustar a postura de política monetária gradualmente ao longo do tempo".

A pressão que o balanço de US$ 4,5 trilhões do Fed tem exercido sobre os juros nos últimos anos está diminuindo, disse ela, tornando ainda mais importante elevar os juros apenas gradualmente.

No mês passado, o Fed elevou sua meta para a taxa de juros de curto prazo pela segunda vez em uma década, mas sinalizou que provavelmente acelerará o ritmo de altas dos juros neste ano. Atualmente, eles estão entre 0,5% e 0,75%.

Com o desemprego de 4,7%, perto do que muitos economistas, incluindo Yellen, consideram como um nível sustentável a longo prazo, e com a inflação se aproximando da meta de 2% do Fed, a maioria das autoridades do banco central espera elevar os juros três vezes ao longo dos próximos 12 meses.

Pela segunda vez em dois dias, Yellen alertou que adiar o aperto da política monetária pode elevar a inflação e forçar o Fed a aumentar os juros em resposta, levando a economia a entrar em parafuso, o que teria sido evitado se as altas dos juros fossem mais graduais.

Mas segundo ela, "não será fácil" encontrar uma trajetória de altas de juros que possa alimentar o crescimento forte dos empregos e inflação de 2%, dadas as incertezas do crescimento global, lenta expansão da produtividade doméstica e mudança nas políticas fiscais, entre outras coisas.


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