Folha de S. Paulo


Credores da Oi questionam plano de reestruturação da operadora

Nacho Doce/Reuters
Logotipo da Oi dentro de shopping no centro da cidade de São Paulo
Logotipo da Oi dentro de shopping no centro da cidade de São Paulo

Um grupo de credores questionou o plano de recuperação judicial da Oi apresentado em setembro, afirmando que a reestruturação tem elementos abusivos e ilegais que favorecem os acionistas às custas dos detentores de bônus da empresa.

Em comunicado nesta terça-feira (17), o grupo acusou a Oi de relutar em compartilhar informações importantes, o que impede os credores de tomar uma posição sobre decisões como potenciais vendas de ativos. O grupo assessorado pela Moelis apresentou um plano alternativo para a reorganização da Oi em 16 de dezembro.

Segundo a declaração, a Oi falhou em prestar informações sobre seu futuro a credores. A empresa, que tenta reestruturar cerca R$ 65,4 bilhões em dívida após entrar em junho com o maior pedido de recuperação judicial no país, não comentou de imediato.

A objeção do grupo de credores "foca a natureza ilegal e abusiva do plano de 5 de setembro, particularmente o favorecimento inadequado de detentores do capital da empresa, em detrimento dos credores", diz trecho do documento.

A declaração do grupo pode reacender um racha entre credores e acionistas da quarta maior operadora do Brasil. A Pharol, principal acionista da Oi, rejeitou um acordo antes do pedido de recuperação, dizendo o plano diluía demais a fatia dos acionistas se houvesse uma conversão de dívida em capital.

A tensão crescente entre credores e acionistas da Oi forçou o governo a ameaçar uma intervenção na empresa. Em entrevista publicada na terça-feira, o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, disse que o governo está pronto para intervir na Oi se as negociações fracassarem.


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