Folha de S. Paulo


Vendas no varejo do Brasil crescem 2% em novembro, diz IBGE

As vendas no varejo brasileiro cresceram 2% em novembro na comparação com outubro, mas caíram 3,5% em relação ao mesmo mês de 2015, informou o IBGE nesta terça-feira (10).

Esse crescimento foi o melhor resultado para novembro desde 2007 e, na avaliação de especialistas, é fruto da antecipação das compras de Natal e tende a ser apenas pontual, sem marcar uma retomada na atividade do setor.

A alta interrompeu sequência de quatro quedas mensais. O dado também veio melhor que o centro de expectativas dos economistas consultados pela agência internacional Bloomberg, que estimavam alta de 0,3% no mês e queda de 5,3% na comparação com novembro de 2015.

No acumulado do ano até novembro, as vendas no varejo recuaram 6,4%.

Volume de vendas do varejo - Em %

Apesar do dado favorável, os últimos anos mostram que, em novembro, os consumidores têm aproveitado as ofertas da Black Friday para antecipar as compras de final de ano, com as vendas despencando em dezembro.

Em 2015, por exemplo, as vendas subiram 0,1% em novembro, e recuaram 2,6% no mês seguinte.

Num ambiente de recessão econômica, perdas de emprego e dificuldades de crédito, o resultado de novembro de 2016 tem caráter apenas pontual.

"Não significa mudança no cenário ruim para o consumo privado este ano. A expectativa é de que os consumidores permaneçam cautelosos e devemos ver esses ganhos sendo devolvidos no mês de dezembro", avaliou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Segundo o IBGE, a maior influência para a alta de novembro veio do segmento hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que teve crescimento de 0,9%.

Outro destaque veio de artigos de uso pessoal e doméstico, que avançou 7,2%. Móveis e eletrodomésticos subiu 2,1% e o setor de equipamentos de escritório, informática e comunicação, 4,3%.

"Os desempenhos destes segmentos em novembro indicam um movimento de antecipações de compras para o Natal, fato que se acentua a cada ano", destacou o IBGE em nota.

Já o varejo ampliado —que inclui veículos e material de construção—, segundo o IBGE, apresentou avanço nas vendas de 0,6% sobre outubro, graças à alta de 7,2% em materiais de construção.

Variação da receita nominal do varejo - Em %

2017

Cálculos da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) apontam que o varejo deve ter perda de R$ 10,5 bilhões neste ano devido a feriados nacionais que emendam com finais de semana.

Esse montante é 2% superior ao dado projetado em 2016. O aumento deve-se ao fato de que, neste ano, o país terá um feriado prolongado a mais do que no ano passado e um feriado simples em dia de semana a mais.

O setor de vestuário, tecidos e calçados deve perder cerca de R$ 1,1 bilhão com os feriados e pontes de 2017, 23% a mais do que em 2016.

O segmento de supermercados deve registrar prejuízos perto de R$ 3 bilhões, 2% acima do calculado para 2016. Já para o setor de farmácias e perfumarias, a entidade prevê perda de R$ 1,6 bilhão, aumento de 7%.

O segmento de Outras Atividades, em que está incluído o comércio de combustíveis, deve ser o único a registrar uma variação positiva. A queda de vendas provocadas pelos feriados é de R$ 3,9 bilhões este ano, 8% a menos que no ano passado.


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