Folha de S. Paulo


Analistas apostam em corte maior da Selic para 10,25% no final do ano

Com a expectativa de um corte mais agressivo nos juros a partir da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), os analistas de mercado reduziram sua expectativa para a taxa básica de juros, a Selic, em 2017.

De acordo com o boletim semanal Focus, divulgado pelo BC nesta segunda (2), a mediana dos analistas espera agora uma Selic de 10,25% ao ano no final deste ano –na última pesquisa, a expectativa da mediana era de 10,50% ao ano. Hoje, a taxa é de 13,75% ao ano.

Já a expectativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) variou de 4,85% para 4,87%, segundo a mediana do mercado. O centro da meta de inflação é de 4,5% ao ano.

A mediana das projeções coletadas para o PIB (Produto Interno Bruto) do ano que vem se manteve em um crescimento de 0,5% ao ano, de acordo com o relatório do BC.

Boletim Focus

MUDANÇA DE ROTA

Há um ano, os analistas de mercado consultados semanalmente pelo boletim Focus, do Banco Central, esperavam um cenário bastante diferente para a economia brasileira do que realmente aconteceu.

A troca de governo, a mudança na política econômica e o início das reformas, com a aprovação da PEC do Teto, que determina a limitação dos gastos à inflação do ano anterior, explicam essa discrepância, entre outros fatores.

O último boletim Focus de 2015 apostava que os juros básicos estariam em 15,25% ao ano no final de 2016 _mas as indicações de uma política fiscal mais rigorosa e a desaceleração da inflação determinaram uma Selic que hoje está em 13,75% ao ano.

Ou seja, 1,5 ponto percentual acima do que a mediana do mercado esperava em dezembro do ano retrasado.

Em outubro, após quatro anos de jejum, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central reduziu a taxa em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano, dando início a um novo ciclo de redução dos juros.

As mudanças na política econômica também determinaram um cenário bastante diferente para o câmbio. A expectativa era de um dólar de R$ 4,20 no final de 2015, ou seja, cerca de R$ 1 mais caro do que realmente ocorreu –na quinta (29), a moeda americana valia R$ 3,25.

INFLAÇÃO E PIB

A inflação veio um pouco abaixo do que se esperava, e a atividade econômica também cairá mais que o boletim Focus mostrava no final de 2015.

Em dezembro de 2015, esperava-se que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é índice oficial de inflação, ficasse em 6,9% em 2016. A expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto) era de uma queda de 3% neste ano.

Na realidade, com a demora de reação da economia brasileira, a inflação oficial deve fechar o ano próxima de 6,5%. A expectativa é que a atividade econômica tenha um tombo maior, de 3,5%.

Em novembro, o IBGE divulgou uma queda de 0,8% no PIB do terceiro trimestre do ano passado. Foi a sétima retração seguida da atividade econômica, o que provocou críticas e pressões para a intensificação do corte de juros.

MERCADO DE JUROS

O mercado de juros futuros terminou o primeiro pregão do ano em queda, refletindo as expectativas de cortes mais agressivos da taxa básica de juros. O contrato de DI para janeiro de 2018 caiu de 11,540% para 11,450%; o contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 11,340% para 11,210%; e o contrato de DI para janeiro de 2026 cedeu de 11,660% para 11,440%.


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