Folha de S. Paulo


Dólar avança mais de 1%, a R$ 3,37, em reação ao BC dos EUA; Bolsa sobe

O dólar se fortaleceu mundialmente nesta quinta-feira (15), um dia após o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) ter elevado os juros pela primeira vez em um ano.

O aumento dos juros americanos em 0,25 ponto percentual, para uma faixa entre 0,50% e 0,75%, já era amplamente esperado pelo mercado. O que surpreendeu os investidores foi a projeção do Fed de três aumentos da taxa em 2017, ante estimativa anterior de dois aumentos.

O Dollar Index Spot da agência Bloomberg, que compara o dólar a uma cesta com as principais moedas mundiais, avançava cerca de 1,30% nesta sessão, para 103 pontos, maior patamar em quase 14 anos.

No Brasil, após ter atingido a máxima de R$ 3,4100, o dólar comercial fechou em alta de 1,07%, a R$ 3,3700. A moeda americana à vista ganhou 1,11%, a R$ 3,3709.

"A tendência é de que o dólar continue se valorizando no curto prazo, podendo chegar a ficar entre R$ 3,40 e R$ 3,50", afirma Durval Correa, diretor de câmbio da corretora MultiMoney.

Segundo operadores, o cenário político turbulento no Brasil continuou no radar dos investidores, mas o que mais afetou o mercado doméstico foi mesmo a perspectiva de alta mais rápida dos juros americanos no ano que vem.

Com o aumento dos juros nos EUA, os títulos americanos se tornam mais atraentes. Isso faz investidores migrarem recursos para lá, em detrimento de outros mercados, principalmente países emergentes, como o Brasil.

O mercado de juros futuros, os contratos de prazo mais curto terminaram próximos à estabilidade, enquanto os mais longos tiveram forte alta, reagindo à disparada do dólar.

BOLSA

O Ibovespa iniciou o pregão em baixa, mas na reta final ganhou fôlego e terminou em alta de 0,32%, aos 58.396,16 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,4 bilhões.

Com isso, o principal índice da Bolsa recuperou parte da perda de 1,80% da véspera, por causa do BC americano.

As ações preferenciais da Petrobras ganharam 0,74% e as ordinárias recuaram 0,90%. Os papéis da Vale avançaram 1,78% (PNA) e 1,25% (ON).

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN cedeu 0,39%; Bradesco PN, +0,32%; Bradesco ON, +0,07%; Banco do Brasil ON, +3,83%; Santander unit, +1,20%; e BM&FBovespa ON, -1,31%.

As Bolsas em Nova York e na Europa encerraram no terreno positivo, impulsionadas principalmente por papéis do setor financeiro.


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