A atividade econômica do Brasil recuou em outubro pela quarta vez seguida e aprofundou o ritmo de contração na comparação com o mês anterior, segundo dados do Banco Central divulgados nesta quinta-feira (15), depois de um mês marcado por perdas fortes em vários setores.
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) apresentou queda de 0,48% em outubro na comparação com o mês anterior. Em setembro, o índice caiu 0,08%, em dado revisado pelo BC de alta 0,15% informada anteriormente.
Essa foi a oitava vez que o indicador apresentou perdas neste ano. Apenas em abril e junho o indicador subiu. A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda de 0,5% em outubro.
Na comparação com outubro do ano passado, o IBC-Br recuou 3,88%. No acumulado em 12 meses, a queda chegou a 5,29%, sempre em números dessazonalizados.
Índice de atividade econômica - Série com ajuste sazonal. Comparação com o mês anterior, em %
Depois de a economia brasileira encolher 0,8% no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores, segundo dados do IBGE, a atividade ainda não dá sinais de retomada, dificultando o quadro de recuperação esperado em 2017.
Em outubro, a produção industrial recuou 1,1% em relação ao mês anterior, no pior resultado para o mês em três anos, enquanto as vendas no varejo tiveram o pior mês de outubro em oito após após queda de 0,8%.
Já a fraqueza do setor de serviços se agravou em outubro com a maior queda da série histórica iniciada em 2012, de 2,4% ante setembro, em um ambiente de demanda prejudicada pela forte recessão.
Esses resultados vêm provocando reduções constantes nas expectativas de crescimento para 2017. A pesquisa Focus do BC mostra que a expectativa dos economistas já é de um crescimento de apenas 0,7% no ano que vem.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.