Folha de S. Paulo


Petros pede investigação sobre Caixa e Bradesco por fundos que deram prejuízo

A Petros, fundo de pensão dos empregados da Petrobras, informou nesta quarta (14) que solicitou á CVM (Comissão de Valores Mobiliários) investigação de possíveis irregularidades cometidas por gestores de fundos de investimentos em que aportou recursos.

O pedido refere-se aos Fundos de Investimento em Participação (FIPs) Enseada e Brasil Petróleo 1, que causaram impacto negativo nos investimentos da fundação.

O primeiro é gerido por dus gestoras do Bradesco (BEM Distribuidora e Bradesco Asset Management) e o segundo, por Caixa Econômica Federal, Mare Investimentos e Mantiq Investimentos.

Segundo a Petros, a iniciativa faz parte de um esforço para recuperar recursos perdidos. Em 2015, a fundação registrou um déficit técnico de R$ 23 bilhões, o que lhe obriga a ampliar a contribuição de seus assistidos para cobrir o rombo.

"Esta medida poderá ser estendida a outros ativos com o objetivo de responsabilizar agentes que, no exercício das suas atribuições, possam ter cometido irregularidades, aumentando a exposição do investimento ao risco", disse, em nota, o presidente da Petros, Walter Mendes.

A Petros acusa os gestores do FIP Enseada de conflito de interesse: o fundo foi criado para viabilizar a recuperação da marca Gradiente, de eletrônicos, que tinha o Bradesco entre os principais credores. A perda da fundação com o investimento foi de R$ 17,5 milhões.

No caso do FIP Brasil Petróleo 1, criado para fomentar empresas e projetos do setor de petróleo e gás, a acusação é de mudança de estratégia de investimentos sem aprovação dos cotistas, que teria levado o fundo a um provisionamento para perda de R$ 100,3 milhões.

Em seu pedido à CVM, a fundação pede que, caso o xerife do mercado financeiro conclua pela ocorrência de crime, a denúncia seja levada ao Ministério Público para responsabilização dos envolvidos e recuperação dos recursos investidos.

OUTRO LADO

A Caixa informou que não foi notificada sobre o assunto e ressalta que passou a administrar o FIP Brasil Petróleo 1 somente no segundo semestre de 2013, já contendo o referido investimento em sua carteira.

Os outros gestores de fundos não se pronunciaram até o momento.


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