Folha de S. Paulo


Maioria das pequenas empresas não deve reajustar preços no início de 2017

A maioria dos donos de pequenas e médias empresas não prevê reajustes de preços no primeiro trimestre do próximo ano.

Na pesquisa IC-PMN (Índice de Confiança dos Pequenos e Médios Negócios), realizada pelo Insper em parceria com o Santander, 58,64% deles disseram que seus preços atuais devem ser mantidos durante o período.

Por outro lado, mais de um quarto dos empresários (27,5%) disseram que os preços de seus produtos e serviços devem aumentar muito.

Gino Olivares, professor do Insper, afirma que o fato de a maioria dos empresários estar disposta a não fazer reajustes indica uma tendência de que a desaceleração da inflação registrada nos últimos meses continue.

Por outro lado, o índice alto de empresários que querem aumentar preços mostra que haverá alguma dificuldade nesse processo de estabilização da inflação.

Na avaliação de Olivares, a intenção de fazer reajustes desse segundo grupo é reflexo da busca por melhores resultados de empresas que tiveram suas margens prejudicadas durante a crise.

"Muitos ainda precisam ser convencidos de que não é uma boa estratégia aumentar preços em momento de recuperação lenta da economia."

MENOS CONFIANÇA

O índice, divulgado nesta quarta-feira (14), mostra uma queda das expectativas para o próximo trimestre em relação ao atual.

Foram registrados 63,14 pontos, em escala que mede a confiança de 0 a 100, um recuo de 3,1%, na comparação com o quarto trimestre de 2016, quando a confiança havia crescido 8%.

Olivares diz considerar a queda na confiança uma flutuação normal depois de uma alta forte.

O resultado também é consequência da percepção de que o processo de recuperação econômica em curso será mais difícil e demorado do que parecia anteriormente, afirma o professor.

"Estamos descobrindo agora que vamos sair muito lentamente de uma recessão prolongada."

Para a elaboração do índice, foram ouvidos 1.200 donos de pequenas e médias empresas (com faturamento anual que vai de R$ 100 mil até R$ 200 milhões), por telefone.

A margem de erro do índice é de 1,4% para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.


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