Folha de S. Paulo


Após dois cortes, Petrobras eleva preços da gasolina e do diesel

Mal o consumidor sentiu no bolso o impacto de duas reduções de preço, a Petrobras anunciou nesta segunda-feira (5) um reajuste na gasolina e do diesel.

A decisão saiu cinco dias depois de a Opep revelar um corte na produção de petróleo, o que levou o preço do barril a disparar no mercado internacional.

O preço da gasolina na refinaria vai subir 8,1%, informou a estatal. Já o do diesel será elevado em 9,5%.

PREÇOS DO COMBUSTÍVEL
Petrobras reduz gasolina e diesel
PAULO WHITAKER/REUTERS

A Petrobras calcula que, se o repasse às bombas for integral, o diesel poderá subir 5,5%, ou cerca de R$ 0,17 por litro, e a gasolina 3,4%, ou R$ 0,12 por litro.

A empresa frisou, porém, que os preços dos combustíveis são livres e dependem da política comercial de distribuidoras e postos.

No dia 14 de outubro, a gasolina caiu 2,7% na refinaria, e o diesel, 3,2%. Em 8 de novembro, os preços foram reduzidos em 3,1% e 10,4%, respectivamente.

De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), porém, desde o primeiro corte, a gasolina nas bombas caiu apenas 0,03%. O repasse acumulado ao preço do diesel foi de 0,9%.

Os dados da agência indicam que o segmento de distribuição de combustíveis foi quem mais segurou os preços no período.

A Petrobras informou que os reajustes refletem a alta do preço do petróleo e a desvalorização do real.

"Por outro lado, a participação da Petrobras no mercado interno de diesel registrou pequenos sinais de recuperação", disse a empresa, em nota.

A nova política de preços da estatal prevê reuniões mensais de um grupo de executivos para avaliar os preços com base nas cotações internacionais, no câmbio e nas vendas da empresa no mercado interno.

O grupo se reuniu na tarde desta segunda.

Na semana passada, analistas ouvidos pela Folhapreviam a possibilidade de aumento em dezembro.

"A Petrobras reafirma sua política de revisão de preços pelos menos uma vez a cada 30 dias, o que lhe dá a flexibilidade necessária para lidar com variáveis cuja volatilidade vem aumentando recentemente", concluiu a companhia petroleira.

CARTEL

Na quarta-feira (30), a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu, pela primeira vez desde 2008, reduzir a oferta global de petróleo.

O corte na oferta global é uma reação aos preços baixos do combustível no mercado internacional, que já duram dois anos.

Países como a Arábia Saudita, integrante da Opep e altamente dependente da commodity, vêm sofrendo com a cotação menor.

Desde o anúncio, o preço do petróleo subiu mais de 12%. Nesta segunda, o barril Brent (referência no mar do Norte) superou a barreira de US$ 55 pela primeira vez desde 2015, para fechar a US$ 55,33. O WTI, negociado em Nova York, fechou o dia cotado a US$ 51,79.

O dólar, outro fator levado em conta pela Petrobras para calcular o preço dos combustíveis, teve valorização de cerca de 7% em novembro.


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