Folha de S. Paulo


Bolsa sobe mais de 2%, puxada pela Vale; dólar fica abaixo de R$ 3,40

O Ibovespa subiu mais de 2% nesta segunda-feira (28), ao contrário das Bolsas nos EUA e na Europa, que recuaram. O principal índice da Bovespa foi impulsionado principalmente pelas ações da Vale.

Os papéis da mineradora reagiram ao forte avanço do minério de ferro na China. A commodity já se valorizou mais de 85% neste ano, atingindo a cotação de US$ 80 a tonelada nesta sessão. É o valor mais alto em mais de dois anos.

O minério de ferro avança com especulações de aumento da demanda global, especialmente a chinesa e a americana, a partir de 2017.

A ação PNA da Vale ganhou 6,34%, a R$ 27,50, e a ação ON subiu 7,30%, a R$ 31,01.

De acordo com Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor, as ações da Vale também repercutiram notícia publicada pela revista "Veja" de que a mineradora decidiu não se desfazer de mais nenhum ativo e que deve distribuir dividendos aos acionistas neste ano, após registrar prejuízo de R$ 40 bilhões em 2015.

Já o Ibovespa fechou em alta de 2,11%, aos 62.855 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,4 bilhões.

As ações da Petrobras subiram 1,04% (PN) e 0,28% (ON). No setor financeiro, as ações ON do Banco do Brasil avançaram 4,59%, repercutindo entrevista do presidente da instituição, Paulo Caffarelli, à Folha; Itaú Unibanco PN, +2,12%; Bradesco PN, +1,24%; Bradesco ON, +0,93%; Santander unit, +1,44%; e BM&FBovespa ON, 1,46%.

CENÁRIO POLÍTICO

Analistas destacam ainda a diminuição da tensão no cenário político, após a queda do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, na sexta-feira (25).

Neste domingo (27), o presidente Michel Temer negou ter agido em benefício de Geddel no episódio da liberação de um empreendimento imobiliário na Bahia e criticou o ex-ministro Marcelo Calero (Cultura), pivô da crise.

"Aparentemente, as gravações feitas por Calero não comprometem o presidente Michel Temer no caso envolvendo Geddel", avalia Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.

Em Nova York, o índice S&P 500 caiu 0,56%; o Dow Jones perdeu 0,28% e o Nasdaq, -0,56%, depois de terem alcançado as máximas históricas de pontuação na semana passada.

Os investidores já digeriram o chamado "efeito Trump", ou seja, a vitória do republicano Donald Trump na corrida presidencial americana.

A expectativa é de que, sob o governo do republicano, a economia dos EUA vai se aquecer, elevando a inflação e, consequentemente, os juros.

Na Europa, as Bolsas fecharam em queda, pressionadas por ações de bancos, diante da volta das preocupações com o setor bancário italiano. Na Ásia, as Bolsas tiveram desempenho misto.

CÂMBIO E JUROS

No exterior, o dólar perdeu força após diversas altas seguidas, com a passagem do "efeito Trump".

No Brasil, com as menores preocupações em relação ao cenário político, a moeda americana à vista seguiu a tendência externa e caiu 0,80%, a R$ 3,3907. O dólar comercial fechou em baixa de 0,82%, a R$ 3,3860.

O mercado de juros futuros também terminou em queda, seguindo o dólar e o ambiente de menor aversão ao risco.

O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e outro indicador de percepção de risco, perdia 1,56%, aos 301,889 pontos..


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