Folha de S. Paulo


Festa de emojis quer popularizar escolha de figuras para celular

Aaron Wojack/The New York Times
Casal vestido de emoji em festa em San Francisco, nos EUA
Casal vestido de emoji em festa em San Francisco, nos EUA

A festa parecia com uma bolha de mensagem de texto trazida à vida real.

Numa noite de sexta-feira, mais de 400 pessoas se reuniram em um elegante espaço cooperativo de trabalho em San Francisco (EUA), perto das sedes de Uber, Pinterest e Airbnb, a fim de dar início à primeira Emojicon, três dias de "celebração de tudo que se relacione aos emojis".

Havia bolas de borracha amarelas com os rostos sorridentes ou lacrimosos de emojis saltitando pelo espaço e balões com o emoji da princesa flutuando sobre as cabeças dos presentes.

Os convidados podiam posar para fotos automáticas em uma cabine onde havia uma seleção de imagens em papelão de emojis com caretas e se acomodavam em pufes com as imagens do diabo e do montinho de cocô popularizadas pelos emojis.

A comida era toda extraída do teclado de emojis: sushi, pudim, peras e espetinhos de dango, um bolinho doce japonês.

Mas os emojis são mais significativos do que parecem, e a ideia por trás da Emojicon era criar mais do que um momento de diversão.

Hoje, vivemos parte de nossas vidas dentro da bolha das mensagens de texto, e os emojis são ferramentas que usamos para flertar, brigar ou expressar afinidade.

O que muitos usuários de emojis não sabem é que cada imagem de macaco com a mão na boca ou de unhas manicuradas que surge em nossas telas é controlada de perto pelo Unicode Consortium.

O consórcio é formado por representantes de grandes empresas encarregados de decidir sobre as imagens que teremos ao nosso dispor e as imagens que serão rejeitadas.

Recentemente foi aprovada a proposta para um emoji de "selfie", enquanto a proposta de um emoji para "fuzil" foi rejeitada.

Por trás da atmosfera sorridente do festival, fervilhavam motivos ardilosos –era um esforço para abrir o processo de criação de emojis e torná-lo mais acessível às pessoas que efetivamente usam os símbolos.

Jeanne Brooks, que trabalhou na criação e execução da conferência, definiu a Emojicon como uma tentativa de criar "uma ponte" entre o Unicode Consortium e os usuários, e gerar discussão sobre "quem é e quem não é representado".

Mark Davis, o presidente do Unicode Consortium, que abriu a conferência com uma palestra cujo objetivo era desmistificar o processo de seleção de emojis, parecia disposto a participar.

Ele deu uma piscadinha e definiu os comitês do Unicode como "nebulosos", mas respondeu descontraidamente às perguntas da plateia.

Quando um participante perguntou sobre que chance havia de ele um dia dispor de um emoji criado por ele mesmo, Davis declarou que o Unicode Consortium tem o compromisso de lançar cerca de 70 novos emojis ao ano, e que cerca de metade das propostas públicas era aprovada.


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