Com a discussão da reforma da Previdência, seguradoras viram crescer a procura de clientes por planos que complementem a aposentadoria. Esses produtos são indicados para quem sabe que não conseguirá manter o padrão de vida só com o benefício do INSS, mas não tem disciplina para poupar por conta própria.
O quadro ao lado serve como base para quem pensa em contratar um plano de previdência privada, mas não sabe por onde começar.
O principal cuidado a se tomar é com as taxas. Existem duas: a de administração, que remunera o gestor, e a de carregamento, que incide geralmente no resgate e serve para cobrir despesas do plano.
A maioria cobra carregamento na saída. A diferença pesa no bolso. Com taxa de 2%, o cliente que aplicou R$ 100 mil deixaria de embolsar R$ 15 mil se sacasse o dinheiro em quatro anos, indicam cálculos da área de previdência da XP Investimentos.
Para taxa de administração, o teto deveria ser de 1%, diz o planejador Helio Fugagnoli Neto.
E sempre é preciso analisar a rentabilidade dos planos nos últimos cinco anos para verificar o retorno oferecido pelos produtos.
Com 94% do mercado na mão de empresas ligadas a cinco grandes bancos brasileiros —Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Caixa e Santander—, os participantes independentes se esforçam para atrair novos clientes.
A XP Investimentos, por exemplo, eliminou a cobrança de carregamento dos planos da Icatu Seguros.
"Os independentes estão começando a melhorar os produtos para o cliente", diz André Leite, da gestora TAG Investimentos. "Não faz sentido cobrar taxa de 4% em fundo de previdência conservador, sem gestão ativa."