Folha de S. Paulo


Salão do Automóvel tem protesto de sindicalistas no estande da Nissan

Eduardo Sodré/Folhapress
Sindicalistas fazem protesto no estande da Nissan; ato apoia trabalhadores da empresa no Mississipi, e organizadores dizem que a empresa boicota filiação ao sindicato americano UAW. Nissan afirma que os trabalhares da fábrica decidiram, em assembleias, não aderir ao sindicato.
Sindicalistas fazem protesto no estande da Nissan durante Salão do Automóvel de São Paulo

Um grupo de sindicalistas da CUT, da UGT e da Força Sindical aproveitou o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo para fazer um ato de apoio a trabalhadores da fábrica da Nissan no Mississipi (EUA). Esse tipo de manifestação já se tornou tradicional nos grandes salões em que a marca japonesa está presente.

A montadora enfrenta problemas com a UAW, organização sindical americana. A entidade diz que a Nissan mantém política que intimida funcionários a se filiarem —nos EUA, o trabalhador não é obrigado a fazer parte de um sindicato.

A Nissan diz por meio de comunicado que os trabalhares da fábrica decidiram, em diversas assembleias, não aderir à UAW e que a empresa não interfere nessa escolha.

De acordo com Adriano de Assis Lateri, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos SP e da Força Sindical, 300 trabalhadores teriam participado do protesto. Pela contagem da reportagem, havia 100 sindicalistas em frente ao estande da Nissan –pelo cálculo da UAW, eram esperados 150.

O protesto começou às 15h50 e terminou cerca de 20 minutos depois. Alguns manifestantes carregavam cartazes com dizeres em inglês contrários à Donald Trump, que foram trazidos por alguns membros da UAW que vieram ao salão. A segurança do estande não interferiu, o a manifestação foi encerrada sem confusões.

Não há problemas atuais entre a montadora –que tem uma fábrica em Resende (RJ)– e os sindicatos no Brasil, diz o representante da Força Sindical. "Mas o relacionamento precisa melhorar para ser considerado bom", afirma Lateri.

íntegra do comunicado da Nissan:

"Nas fábricas da Nissan de todo o mundo, a decisão de unir-se -ou não- a um sindicato cabe inteiramente ao funcionário. A Nissan respeita as leis trabalhistas em todos os países em que opera e garantimos que nossos funcionários têm liberdade de expressar suas opiniões. Os funcionários da Nissan Estados Unidos possuem empregos que estão entre os mais seguros e os que oferecem os maiores salários em manufatura nas regiões em que operam. Nós apoiamos o direito de cada funcionário escolher quem os representa, e os funcionários da Nissan Estados Unidos votaram repetidamente contra representação sindical."


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