Um grupo de sindicalistas da CUT, da UGT e da Força Sindical aproveitou o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo para fazer um ato de apoio a trabalhadores da fábrica da Nissan no Mississipi (EUA). Esse tipo de manifestação já se tornou tradicional nos grandes salões em que a marca japonesa está presente.
A montadora enfrenta problemas com a UAW, organização sindical americana. A entidade diz que a Nissan mantém política que intimida funcionários a se filiarem —nos EUA, o trabalhador não é obrigado a fazer parte de um sindicato.
A Nissan diz por meio de comunicado que os trabalhares da fábrica decidiram, em diversas assembleias, não aderir à UAW e que a empresa não interfere nessa escolha.
De acordo com Adriano de Assis Lateri, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos SP e da Força Sindical, 300 trabalhadores teriam participado do protesto. Pela contagem da reportagem, havia 100 sindicalistas em frente ao estande da Nissan –pelo cálculo da UAW, eram esperados 150.
O protesto começou às 15h50 e terminou cerca de 20 minutos depois. Alguns manifestantes carregavam cartazes com dizeres em inglês contrários à Donald Trump, que foram trazidos por alguns membros da UAW que vieram ao salão. A segurança do estande não interferiu, o a manifestação foi encerrada sem confusões.
Não há problemas atuais entre a montadora –que tem uma fábrica em Resende (RJ)– e os sindicatos no Brasil, diz o representante da Força Sindical. "Mas o relacionamento precisa melhorar para ser considerado bom", afirma Lateri.
íntegra do comunicado da Nissan:
"Nas fábricas da Nissan de todo o mundo, a decisão de unir-se -ou não- a um sindicato cabe inteiramente ao funcionário. A Nissan respeita as leis trabalhistas em todos os países em que opera e garantimos que nossos funcionários têm liberdade de expressar suas opiniões. Os funcionários da Nissan Estados Unidos possuem empregos que estão entre os mais seguros e os que oferecem os maiores salários em manufatura nas regiões em que operam. Nós apoiamos o direito de cada funcionário escolher quem os representa, e os funcionários da Nissan Estados Unidos votaram repetidamente contra representação sindical."