Folha de S. Paulo


Bolsas mundiais voltam a recuar com temores de vitória de Trump

Jewel Samad e Jeff Kowalsky - 3.nov.2016/AFP Photo
(COMBO) This combination of pictures created on November 03, 2016 shows US Democratic presidential nominee Hillary Clinton in Tempe, Arizona, on November 2, 2016 and US Republican Presidential nominee Donald Trump in Warren, Michigan on October 31, 2016. Just five days before the bitter presidential campaign comes to a head a new poll on November 3, 2016 showed a tightening race, with Hillary Clinton's edge over Donald Trump shrinking and few voters saying they remain undecided. The New York Times/CBS News poll showed the Democratic White House hopeful with 45 percent to her Republican rival's 42, a three-point lead that had diminished from the more comfortable nine-point margin she had weeks earlier. / AFP PHOTO / JEWEL SAMAD AND JEFF KOWALSKY
Perda de fôlego de Hillary (esq.) nas pesquisas fez índice S&P 500 cair pela nova sessão seguida

A quatro dias da eleição presidencial americana, as Bolsas mundiais mantiveram a trajetória de queda nesta sexta-feira (4). Os temores são de uma possível vitória do candidato republicano, Donald Trump, considerado muito radical e protecionista.

Novas pesquisas apontaram que a democrata Hillary Clinton perdeu vantagem em vários Estados decisivos, elevando as incertezas dos investidores.

Na Bolsa de Nova York, após uma sessão volátil, o índice S&P 500 terminou com perda de 0,17%. Foi a nona queda consecutiva do índice, e a sequência negativa mais longa desde 1980.

O índice Dow Jones caiu 0,24%; o índice da Bolsa eletrônica Nasdaq também perdeu 0,24%.

As Bolsas da Europa e da Ásia também fecharam majoritariamente em queda.

No Brasil, o Ibovespa chegou a subir mais de 1%, mas fechou o pregão com recuo de 0,25%, aos 61.598,39 pontos. Foi a terceira sessão seguida de baixa. O giro financeiro foi de R$ 8,6 bilhões. No acumulado da semana, o índice perdeu 4,2%.

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN avançou 0,82%; Bradesco PN, estável; Banco do Brasil ON, +1,01%; e Santander unit, +0,98%.

Pressionados pela queda do petróleo, os papéis PN da Petrobras caíram 0,86% e os ON caíram 0,11%. Vale PNA ganhou 0,24%, mas Vale ON perdeu 1,59%.

CÂMBIO

O dólar comercial fechou em baixa de 0,12%, a R$ 3,2320. Na semana, a moeda americana acumulou alta de 1,09%.

Apesar de os dados sobre a criação de empregos nos EUA em outubro terem reforçado as apostas de um aumento dos juros americanos em dezembro, a moeda americana não subiu em todo o mundo. Segundo Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor, a alta das taxas em dezembro já está precificada pelo mercado.

"O foco dos investidores agora são as eleições americanas. Se Trump vencer, a alta dos juros em dezembro pode até ser postergada, o que enfraqueceria o dólar", comenta.

José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, também avalia que há possibilidade de de o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), não elevar os juros no mês que vem, "dependendo do que ocorrer nas eleições nos EUA e da reação do mercado ao resultado".

Pela manhã, o Banco Central leiloou 5 mil de contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 milhões.

O mercado de juros futuros, os contratos terminaram em queda, seguindo o movimento no câmbio.


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