A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, disse nesta quinta-feira (3) que o banco está aberto a discutir alternativas para a JBS, mas que aguarda iniciativa da empresa.
Na semana passada, a BNDESPar, braço de participações do BNDES e que detém 20,36% da JBS vetou a reorganização global da empresa, surpreendendo o mercado.
"A empresa é que tem que querer discutir novas alternativas", disse a executiva a jornalistas após evento. "Não vamos tomar iniciativa. Se a empresa quiser discutir novas alternativas nós estamos super abertos a isso, mas sempre olhando o interesse da empresa."
Sócio desde 2007, o BNDES chegou a ter um terço da JBS após desembolsar mais de R$ 8 bilhões –incluindo investimento do banco na Bertin, adquirida pelos Batista posteriormente. Atualmente sua fatia menor, mas mantém direito a vetar decisões estratégicas.
CONCESSÕES E SANEAMENTO
Maria Silvia adiantou que os desembolsos do banco devem encerrar 2016 em torno de R$ 100 bilhões, contra R$ 135,9 bilhões no ano passado refletindo a recessão do país, mas devem voltar a crescer no primeiro trimestre de 2017.
Até setembro, os empréstimos do banco somaram R$ 62,2 bilhões, queda de 34% ante igual período de 2015.
"Os números traduzem a economia e não tem como fazer mágica", disse Maria Silvia, frisando que até o fim do ano o banco vai divulgar uma nova política operacional, que tende a ser mais simples e ágil.
A executiva previu que cerca de dois terços dos Estados brasileiros vão aderir ao programa de concessão em saneamento liderado pelo banco. As adesões serão divulgadas na sexta-feira (4).
Depois disso, o banco lançará um edital para escolher as consultorias que vão auxiliar no processo.
"Vamos anunciar em bloco e será bem expressivo", disse ela.