Folha de S. Paulo


Banco central britânico mantém taxa de juros após 'brexit' afetar a libra

Neil Hall/Reuters
Banco da Inglaterra manteve taxa de juros após 'brexit' afetar a libra
Banco da Inglaterra manteve taxa de juros após 'brexit' afetar a libra

O banco central britânico Inglaterra descartou nesta quinta-feira (3) os planos de cortar a taxa de juros e disse que pode se mover em qualquer direção ao elevar suas previsões para o crescimento e a inflação em 2017 após a queda da libra diante da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia.

A votação para manter os juros em 0,25% foi por 9 a 0, em linha com as expectativas dos economistas em pesquisa da Reuters. A decisão também foi unânime para manter os planos de agosto de comprar um total de 435 bilhões de libras de dívida pública e 10 bilhões de libras em títulos corporativos.

O Banco da Inglaterra, que sofreu fortes críticas por sua taxa muito perto de zero, ajustou sua visão sobre quando a economia britânica sentirá o impacto da decisão da votação de junho para deixar a UE.

Em um conjunto de previsões trimestrais divulgadas nesta quinta-feira, o banco central projeta menor impacto no curto prazo, mas alertou que o acesso do Reino Unido aos mercados da UE poderia ser "materialmente reduzido", o que prejudicaria o crescimento durante "um período prolongado".

O Banco da Inglaterra respondeu ao brexit cortando os juros para a mínima de 0,25% em agosto, e reiniciou seu programa de compra de títulos pela primeira vez desde 2012.

A autoridade monetária também disse então que outro corte dos juros era provável neste ano. Mas nesta quinta-feira mudou para uma posição neutra ao prever um alta da inflação acima de sua meta após a queda da libra para a mínima de 31 anos em relação ao dólar.

"Há limites sobre quanto pode ser tolerado de inflação acima da meta", disse o comitê de política monetária do Banco da Inglaterra em comunicado, prevendo que a inflação saltará para 2,7% nesta época do próximo ano, quase o triplo do nível atual.

A expectativa era de que a inflação voltasse para 2% apenas em 2020.

"A política monetária pode responder, em qualquer direção, a mudanças no cenário econômico conforme se desdobra para garantir um retorno sustentável da inflação à meta de 2%", apontou o comunicado.


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