A movimentação das companhias para abrir capital na Bolsa ainda está baseada em larga medida somente na percepção de que o cenário no país pode melhorar.
O tão falado excesso de liquidez externo –trilhões de dólares que aguardam para serem investidos– ainda não foi capaz de mudar o rumo da Bolsa brasileira de modo significativo.
De janeiro ao fim de outubro, o saldo entre as aplicações feitas e as vendas realizadas por estrangeiros na Bovespa ficou positivo em R$ 17 bilhões.
A soma é considerável, mas abaixo dos R$ 19,8 bilhões do mesmo período de 2015. Ou dos R$ 20,9 bilhões de saldo nos dez primeiros meses de 2014.
A aposta é que, com o avanço das reformas e a melhora de indicadores econômicos, a entrada de capital externo se materialize com mais vigor em 2017.
Segundo um banqueiro, é importante que os empresários entendam que nem todas companhias serão bem-sucedidas ao lançarem ações neste momento.
Na visão dele, o mercado está propício para companhias que vêm apresentando bons resultados a despeito da crise e para aquelas cujo desempenho não é tão exuberante, mas precisam melhorar reduzir o endividamento.
Companhias deficitárias e projetos que ainda estão no papel dificilmente atrairão interessados.
Mesmo esperando uma retomada, especialistas não acreditam que a Bolsa brasileira registrará tão cedo o volume de ofertas de ações de 2006 e 2007.