Folha de S. Paulo


Relator vota por condenação de Petrobras em processo de R$ 1,8 bi

O desembargador Benedicto Abicair, relator de processo movido pela Refinaria de Manguinhos contra a Petrobras, votou em julgamento nesta quarta-feira (26) pela condenação da estatal em processo por subsídios aos preços dos combustíveis.

A decisão final, porém, foi adiada por pedido de vista feito pela desembargadora Teresa Castro Neves, que é relatora do processo. Em seu balanço, a estatal estima que uma derrota lhe custará quase R$ 1,8 bilhão.

Em decisão de primeira instância, em 2014, a Petrobras foi condenada a pagar cerca de R$ 1 bilhão a Manguinhos, que reclama dos prejuízos provocados pela política de preços dos combustíveis da estatal.

A refinaria diz que teve perdas ao ser obrigada a vender seus produtos pelos preços praticados pela Petrobras, que tem amplo controle do mercado de refino e, por isso, tem poder de formação dos preços no país.

A Petrobras alegou que não houve "qualquer prática que gere a necessidade de indenização a Manguinhos" e que o Ministério Público posicionou-se a seu favor.

Em nota, Manguinhos diz que uma eventual vitória no processo beneficia os cofres do estado do Rio, já que o governo estadual obteve na Justiça o arresto da indenização como pagamento de impostos devidos pela refinaria.

"O Estado do Rio ficará quase com a integralidade da indenização", diz a empresa, que está em recuperação judicial.

A Petrobras diz que, em caso de derrota, vai recorrer a tribunais superiores.

Manguinhos é controlada pelo empresário Ricardo Magro, preso na Operação Recomeço, da Polícia Federal, deflagradas em junho para investigar um esquema de fraudes em fundos de pensão estatais.


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