Folha de S. Paulo


Após queda do dólar, Banco Central 'retira' moeda do mercado futuro

Por causa da entrada de recursos da repatriação de recursos ilegais no exterior, cuja data limite é 31 de outubro, o Banco Central informou nesta segunda-feira (24) que irá retirar do mercado US$ 3,5 bilhões (o equivalente a R$ 11 bilhões) a partir de 1º de novembro.

O montante se refere aos contratos de swap cambial que vencem nessa data e que não serão renovados. Essa operação tem efeito semelhante à venda de dólares no mercado futuro. Ao não renovar os contratos, o BC retira de cena um dos elementos que têm pressionado o dólar para baixo, o que deve amenizar o impacto da elevação da oferta da moeda americana gerada pela repatriação.

O valor do vencimento de swap equivale a mais de 10% do estoque desses papéis, que está hoje pouco abaixo de US$ 30 bilhões. O BC já vinha reduzindo esse estoque, que chegou a US$ 108 bilhões, desde o início do ano.

A partir do momento em que legaliza o dinheiro que possui de forma irregular no exterior, o contribuinte não precisa necessariamente trazer esses recursos para o Brasil. Mas a expectativa é que pelo menos uma parte desse montante, além do imposto devido e da multa, entrará no país.

DÓLAR EM QUEDA

Nesta segunda (24), o dólar teve forte queda ante o real, e atingiu o patamar dos R$ 3,12, menor cotação em quase 16 meses –movimento atribuído por analistas à aproximação do fim do prazo para a repatriação.

O governo federal já recebeu 15.109 declarações de pessoas físicas e 45 de pessoas jurídicas, totalizando R$ 110,5 bilhões em ativos regularizados e R$ 33,1 bilhões de imposto e multa decorrentes da regularização, segundo dados da Receita, até a manhã desta segunda-feira (24).

Mesmo com a queda do petróleo no mercado internacional, que pressiona moedas de países emergentes, e com o aumento das apostas de alta dos juros nos EUA em dezembro, o real teve a maior valorização global nesta segunda.


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