Folha de S. Paulo


Após críticas da indústria, governo defende mudanças no conteúdo local

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e o presidente da Petrobras, Pedro Parente, defenderam nesta segunda (24) o processo de mudança nas regras de conteúdo local do setor de petróleo, que vem sendo alvo de críticas da indústria brasileira.

"Estão enganados aqueles que acham que a política de conteúdo local está sendo discutida para beneficiar as petroleiras", afirmou o ministro, em discurso na cerimônia de abertura da feira Rio Oil & Gas.

Neste domingo, a Folha revelou que os presidentes das duas maiores federações de indústrias do país (Fiesp e Firjan) estiveram com o presidente Michel Temer para tentar maior participação no debate.

Coelho Filho defendeu que o governo tem tomado medidas para atrair investimentos para o setor, como a flexibilização da lei do pré-sal, e que o objetivo é preparar fornecedores brasileiros de bens e serviços para esporte sua produção.

Em entrevista após a abertura, o ministro reconheceu que a indústria pleiteia ampliação do Repetro, programa de isenções fiscais às petroleiras, ao resto da cadeia fornecedora.

Mas não quis dar detalhes do processo, alegando que o tema está sendo discutido pelo Ministério da Fazenda.

Coelho Filho disse que o governo espera anunciar a extensão do Repetro ainda este ano.

O programa vence em 2019 e as petroleiras alegam que seu fim ameaça investimentos no país.

Em seu discurso, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que a Petrobras e as petroleiras não estão "contra a indústria local".

"Se fosse possível, com boas condições de prazo e preço, seríamos os primeiros a querer comprar 100% no Brasil", argumentou.

Parente frisou que a proposta de mudança tem por objetivo melhorar a competitividade da indústria nacional.

"O que geraria mais emprego e renda para o país: produzir apenas para as empresas aqui localizadas, com reserva de mercado, ou produzir para o mercado externo?", questionou o executivo.


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