Folha de S. Paulo


Airbnb entra na mira de políticos e é colocado em xeque

Para os viajantes, websites como o Airbnb oferecem acomodações acessíveis e um sabor de moradia local. Para os proprietários, alugar parte ou toda a residência pode ser a salvação financeira.

No entanto, para algumas autoridades, o crescimento explosivo do compartilhamento de casas representa uma ameaça para o setor hoteleiro, um incômodo para os vizinhos e um incentivo para os locadores converterem contratos de longo prazo em lucrativos aluguéis de por temporada, aumentando a escassez de habitações.

Daí a repressão regulatória sobre os contratos de aluguel de curto prazo em cidades na Europa e nos Estados Unidos, incluindo repetidas tentativas de conter o fenômeno em São Francisco, cidade natal do Airbnb.

O campo de batalha mais recente é em Nova York, onde o governador Andrew Cuomo assinou na sexta-feira (21) uma lei que prevê multas de até US$ 7.500 sobre anúncios de locadores de acomodações por períodos curtos, por violação das regras existentes.

Há duas questões distintas. A primeira é se o compartilhamento de moradias representa competição injusta para os hotéis. O Airbnb frequentemente argumenta que seus locadores típicos cobram valores modestos para receber hóspedes em suas casas poucas vezes no ano.

Entretanto, uma significativa minoria dos locadores possui mais de uma propriedade, e alguns claramente usam a plataforma para executar o que é efetivamente um negócio hoteleiro.

A segunda e mais difícil questão, entretanto, é se a explosão de locações de curto prazo altera as características dos bairros e cria pressões sociais em certas áreas urbanas.

Sejam quais foram os méritos legais de seus argumentos, seria político para o Airbnb adotar uma aproximação mais construtiva com as autoridades, o que, agora, está ocorrendo sob coação.


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