Com uma proposta que remete aos sites de compra coletiva, pequenos empresários investem em empresas de "cashback", aplicativos que oferecem desconto em estabelecimentos parceiros, devolvendo parte do valor das compras para o cliente.
A Beblue, que começou a operar em maio de 2015, devolveu mais de R$ 2 milhões para consumidores de lojas em Ribeirão Preto, Presidente Prudente e Franca, no interior de São Paulo.
Para isso, o usuário baixa o aplicativo da empresa no smartphone, cria uma conta e paga as compras nas máquinas da Beblue que ficam nos estabelecimentos.
Um percentual do valor volta para a conta do cadastrado e pode ser usado em outros comércios da rede ou transferido para um amigo.
O valor devolvido varia conforme o segmento. Na área de gastronomia, o valor é de 10%, em farmácias, em torno de 8%, por exemplo.
Para os usuários, o aplicativo é gratuito. Já os estabelecimentos repassam um percentual das compras para a Beblue, explica Daniel Gava, 34, um dos fundadores da empresa.
Outra que investe no setor é a Poup, criada em 2012. O usuário se cadastra no site da empresa e faz as compras em estabelecimentos parceiros a partir da página.
A Poup recebe uma comissão por cada transação e repassa metade dela para o usuário. "Se você recebeu 0,5% de volta em uma compra de passagem na TAM, nós ficamos com outro 0,5%", explica Gustavo Gorenstein, 35, um dos fundadores.
O percentual devolvido ao cliente pode ser transferido para uma conta bancária, no Paypal ou doado para Unicef.
Segundo Gorenstein, a empresa tem crescido em torno de 30% ao ano.
Para Newton Cardoso, professor de empreendedorismo e inovação da Fundação Getulio Vargas, o desafio de negócios de serviços financeiros é passar confiança para o usuário. "É importante convencê-lo que aquele valor que está na conta não vai sumir", afirma Cardoso.
Por isso, segundo ele, parcerias com grandes empresas e opções de doar para causas ou negócios sociais, são interessantes.