Folha de S. Paulo


Para Força Sindical e Fiesp, queda da Selic foi tímida; veja repercussão

Marcos Santos/USP Imagens
Mercado elevou para 1,2% projeção do crescimento da economia em 2017
Entidades como a Fiesp e a Força Sindical avaliam a redução como positiva, mas insuficiente

A redução da taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual anunciada nesta quarta-feira (19) foi avaliada de maneira positiva, embora com ressalvas, por entidades e organizações ligadas à área econômica.

De forma unânime, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou o primeiro corte da taxa desde outubro de 2012, reduzindo a Selic de 14,25% para 14%.

A maioria dos analistas esperava que os juros caíssem nesta reunião, diante da desaceleração da inflação e do andamento de medidas do ajuste fiscal. Não havia, no entanto, consenso sobre o tamanho dessa redução. Parte deles dizia acreditar em uma queda maior, de 0,5 ponto percentual.

Confira, na íntegra, o posicionamento de organizações sobre a redução anunciada nesta quarta:

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Força Sindical

Acertou no remédio mas errou na dose

A Força Sindical considera que ainda é muito pequena a queda de 0,25% na taxa básica de juros (Selic), anunciada pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, que acertou no remédio mas errou na dosagem.

A redução é positiva, mas insuficiente. O que podemos comemorar é que a redução do índice reflete a pressão da sociedade, em especial a do movimento sindical que, constantemente, tem-se manifestado totalmente favorável a uma queda drástica na taxa Selic.

Após longos quinze meses em que a taxa de juros foi mantida em 14,25% a. a., o Brasil teve sua economia estrangulada por juros estratosféricos.

Esperamos, agora, que esta queda anunciada pelo Copom seja o início de uma nova etapa com juros mais baixos. Reduzir os juros é um primeiro e decisivo passo rumo à recuperação da economia nacional.

Paulo Pereira da Silva (Paulinho) - Presidente da Força Sindical

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Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)

Skaf: Faltou coragem ao BC para um corte maior na Selic

"Redução dos juros é sempre bem-vinda, mas a timidez do corte de 0,25 ponto percentual mostra que faltou coragem ao Banco Central para um corte maior da taxa de juros", afirmou Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Ciesp.

Em janeiro de 2016 a inflação anual era de quase 11%, e a Selic era de 14,25% ao ano, ou seja, tínhamos uma taxa de juros real de 3,85% ao ano. A expectativa para os próximos 12 meses é de inflação de 5%, o que eleva a taxa de juros real para 9% ao ano.

"O Banco Central do Brasil não se preocupa com os 12 milhões de desempregados. Isso é lamentável!", concluiu Skaf.

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Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro)

Queda da taxa de juros está na direção correta, mas continuidade depende da agenda fiscal, diz Firjan

Desde a última reunião do Copom, os elementos fundamentais ao comportamento da inflação seguiram em direção favorável ao início do ciclo de redução da taxa de juros. Houve desaceleração dos preços livres, em especial dos alimentos, e a aprovação da PEC do teto dos gastos em primeiro turno na Câmara dos Deputados.

Nesse sentido, a decisão do Copom está na direção correta. Contudo, a continuidade e a intensidade desse movimento dependem da concretização da agenda fiscal. Por isso, Sistema FIRJAN considera que, imediatamente após a aprovação do teto para os gastos, o Governo Federal deve concentrar esforços no reequilíbrio fiscal dos estados e na reforma da previdência.


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