Folha de S. Paulo


Bolsa sobe 1,5% e atinge maior pontuação desde janeiro de 2013

Fernanda Carvalho/Fotos Públicas
Investidores elevaram otimismo em relação ao mercado brasileiro após aprovação da PEC do Teto

O otimismo dos investidores com o mercado brasileiro fez o Ibovespa se descolar mais uma vez do exterior e encerrar o pregão desta segunda-feira (17) no maior nível desde janeiro de 2013.

O principal índice da Bolsa paulista fechou com ganho de 1,5%, aos 62.696,11 pontos. É a maior pontuação desde 3 de janeiro de 2013 (63.312,46 pontos). O giro financeiro foi de R$ 11,8 bilhões, engordado pelo vencimento de opções sobre ações, que movimentou R$ 3,815 bilhões.

Em Nova York, os índices acionários encerraram o pregão em baixa, pressionados pelo recuo do petróleo e influenciados pela temporada de divulgação de resultados corporativos do terceiro trimestre. Na Europa, a maioria das Bolsas também teve queda.

Desde a aprovação, em primeiro turno na Câmara dos Deputados, da PEC (proposta de emenda constitucional) que limita os gastos públicos, os investidores elevaram o otimismo em relação à recuperação da economia brasileira, o que tem se refletindo no forte ingresso de capital externo na Bolsa neste mês. O saldo de recursos estrangeiros na Bovespa está positivo em R$ 2,385 bilhões até o dia 13 de outubro.

A viagem do presidente Michel Temer à Índia, em encontro dos líderes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) contribui para o bom humor dos investidores. "Temer está conseguindo transmitir uma imagem positiva do país, de austeridade fiscal", comenta Alexandre Espírito Santo, economista da Órama Investimentos.

Outro fator que tem impulsionado o mercado de ações doméstico é a perspectiva de queda da taxa básica de juros (Selic) na reunião do Copom (Comitê de Politica Monetária) do Banco Central que termina nesta quarta-feira (19). "A redução de juros torna a renda mais variável ainda mais atrativa ao investidor", diz Alexandre Soares, analista da BGC Liquidez.

As ações da Petrobras continuaram se destacando na Bolsa, mesmo com o recuo do petróleo no mercado internacional. As ações preferenciais terminaram em alta de 3,94%, a R$ 16,90, enquanto as ordinárias subiram 2,84%, a R$ 18,41. O mercado, que já havia aprovado a atual administração da companhia, gostou da nova política de preços da estatal, mesmo com a redução dos preços dos combustíveis.

Os papéis da Vale ganharam 2,36%, a R$ 16,91 (PNA), e 1,22%, a R$ 18,24 (ON), ajudados pela alta de cerca de 2% do minério de ferro na China.

No setor financeiro, Banco do Brasil ON subiu 5,86%, a R$ 27,48, liderando o ranking de maiores altas do Ibovespa; Itaú Unibanco PN avançou 2,19%; Bradesco PN, +1,99%; Bradesco ON, +1,06%; Santander unit, +2,14%; e BM&FBovespa ON, +0,56%.

CÂMBIO E JUROS

O dólar terminou o pregão em leve alta frente ao real. A moeda americana à vista subiu 0,13%, a R$ 3,1979; o dólar comercial ganhou 0,12%, a R$ 3,2090. No exterior, a moeda teve comportamento misto.

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Segundo operadores, a perspectiva de queda da taxa básica de juros nesta quarta-feira é um dos fatores que impedem uma valorização maior do real, além da probabilidade de alta dos juros nos EUA até o fim do ano.

Pela manhã, como tem ocorrido diariamente, o Banco Central leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, no montante de US$ 250 milhões.

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 manteve-se praticamente estável, passando de 13,635% para 13,637%; o contrato de DI para janeiro de 2018 permaneceu em 11,970%; e o contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 11,270% para 11,250%.

O CDS (credit default swap) de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, ganhava 0,87%, aos 269,777 pontos.


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