A decisão da Petrobras, de anunciar nesta sexta-feira (14) uma redução no preço da gasolina e do diesel, é mais um elemento que ajuda o Banco Central a cortar a taxa de juros na próxima semana.
A expectativa do governo e do mercado já era de uma queda da taxa Selic na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) neste mês, mas agora ela é reforçada pelo anúncio da petroleira.
Dentro do Palácio do Planalto, a avaliação da equipe do presidente Michel Temer é que o dólar mais comportado, abaixo de R$ 3,20, a aprovação do teto dos gastos públicos em primeiro turno na Câmara dos Deputados e a inflação mais baixa de setembro já davam as condições para redução da taxa Selic, hoje de 14,25% ao ano.
Agora, o movimento da Petrobras de reduzir o preços dos combustíveis deve se refletir de forma benigna na inflação, contribuindo para uma queda do IPCA neste final de ano. A redução da gasolina e do diesel foi pequena, mas, segundo assessores presidenciais, já ajuda na formação de expectativas sobre o comportamento da inflação nos próximos meses.
A Petrobras, por sinal, decidiu que os ajustes de preços serão feitos sempre de forma suave, com aumentos ou reduções sempre menores do que os do passado. Antes, a petroleira sempre concedia um reajuste muito alto, porque ficava muito tempo sem fazer mudanças em seus preços.
Com a nova política de preços da empresa, ela vai se reunir pelo menos uma vez por mês para discutir o tema, podendo manter, reduzir ou até elevar o valor dos combustíveis comercializados por ela.
No anúncio desta sexta, o preço da gasolina e do diesel pode cair, nos postos, 1,4% e 1,8% respectivamente, caso seja repassado para o valor final todo o desconto concedido pela Petrobras nas refinarias em 3,2% para gasolina e 2,7% para o diesel. Ou seja, a redução para o consumidor pode ser de cinco centavos nos dois casos.