A Samsung interrompeu a produção do smartphone Galaxy Note 7 após relatos de dispositivos pegando fogo mesmo depois de serem substituídos em um programa de recall, segundo a Reuters.
As principais operadoras de telefonia dos Estados Unidos e da Austrália suspenderam vendas ou trocas do modelo e grandes companhias aéreas seguem proibindo o Note 7. O principal motivo é o esvaziamento de um avião da Southwest Airlines nos EUA, após um aparelho que já tinha sido substituído emitir fumaça durante um voo.
"Se a produção do Note 7 continuasse, isso levaria ao maior ato de auto-destruição de marca da história da tecnologia moderna", disse Eric Schiffer, especialista de marcas e presidente da Reputation Management Consultants.
"A Samsung precisa assumir uma baixa contábil gigante e enviar o Note 7 para o hall da vergonha da engenharia do lado do Ford Pinto", acrescentou, se referindo ao modelo compacto da montadora norte-americana da década de 1970 que foi descontinuado após sucessivos casos de incêndio.
Em comunicado ao mercado, a Samsung afirmou que está ajustando os embarques do Note 7 para permitir inspeções e maior controle de qualidade uma vez que alguns aparelhos pegaram fogo.
A empresa não comentou sobre a interrupção da produção ou a causa do fogo no modelo.
Em 2 de setembro, a Samsung anunciou um recall global de 2,5 milhões de Notes 7 porque baterias defeituosas do modelo fizeram algumas unidades pegarem fogo.
A empresa encomendou novas baterias de outro fornecedor e começou a enviar aparelhos substitutos duas semanas depois do recall. Mas problemas similares surgiram em um dos aparelhos trocados em 5 de outubro, que começou a soltar fumaça dentro de um voo da Southwest Airline, nos EUA.
"Acho que a coisa mais certa a fazer é desistir do Note 7", disse Park Jung-hoon, da HDC Asset Management, cujo fundo detém ações da Samsung. "O que assusta é que isso está fazendo as pessoas a questionarem repetidamente as capacidades fundamentais da Samsung, então é importante para a empresa superar este assunto rapidamente."