Folha de S. Paulo


Santander vê dificuldades à frente, mas mantém metas para o Brasil

Luke MacGregor/REUTERS
Santander disse que será menos lucrativo do que o esperado nos próximos anos
Santander disse que será menos lucrativo do que o esperado nos próximos anos

O Santander alertou a investidores nesta sexta-feira (30) que será menos lucrativo do que o esperado nos próximos anos, o que fazia as ações do maior banco da zona do euro em valor de mercado recuarem.

O banco espanhol aderiu ao grupo de outras instituições financeiras que estão alertando que baixas taxas de juros, a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia, aumento de pressão regulatória e tributária estão pesando sobre as perspectivas de resultado.

Entretanto, o banco afirmou que esses problemas serão minimizados por crescimento em mercados emergentes, algo que inclui uma demorada, mas estável, melhoria no Brasil, segundo maior mercado do Santander.

A presidente do conselho do Santander, Ana Botín, afirmou durante encontro com investidores em Londres que o "cenário desafiador" levou a uma desvalorização de muitas moedas contra o euro e a uma expectativa de que as taxas de juros continuarão em níveis baixos por mais tempo que o esperado.

O banco reduziu a meta de retorno sobre ativos tangíveis (Rote), um indicador de rentabilidade, para 2018 para pouco acima de 11%. No ano passado, o indicador tinha sido definido em 13%.

A instituição também espera que os custos subam em relação à receita para uma média de entre 45% e 47% em 2018 ante a meta do ano passado de abaixo de 45%.

As ações do Santander exibiam queda de cerca de 4% às 9h04, ante uma queda de 2,41% do índice europeu de bancos.

Além dos desafios no Reino Unido, baixas taxas de juros e precificação agressiva na Espanha continuam pressionando as margens do Santander na Espanha, assim como as de outros bancos espanhóis. O lucro líquido do Santander caiu mais de um terço no segundo trimestre sobre os três meses anteriores.

Na Inglaterra e Espanha, primeiro e terceiro maiores mercados do Santander, respectivamente, o banco reduziu a meta de rentabilidade em 2018 em vários pontos percentuais.

Mas um aumento de 20% no lucro no Brasil no segundo trimestre indicou uma recuperação no país atingido pela recessão. O Brasil foi o único dos três principais mercados do Santander onde o grupo manteve as metas de lucratividade e eficiência.

O Santander também confirmou planos de aumentar o lucro por ação em 2016 e 2017, atingindo dois dígitos em 2018, e manteve objetivo de 2018 de pagamento de dividendo de 30% a 40%.


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