Folha de S. Paulo


Presidente da Shell diz que situação da Petrobras preocupa, mas manterá investimento

Murad Sezer/Reuters
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Placa da Shell

Após se reunir com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, o presidente da Shell, Ben van Beurden, afirmou nesta terça-feira (27) que a situação da Petrobras "traz algum grau de preocupação", mas acredita que o Brasil ainda é "um lugar seguro" para investimentos e manterá os aportes na estatal.

Diante das investigações do esquema de corrupção na Petrobras, que já dura mais de dois anos, e a perda do grau de investimento da empresa devido aos escândalos, o executivo afirmou que tem "confiança" no país e na "parceria" com a Petrobras.

"Trabalhamos com a Petrobras há muitos anos e ela é uma empresa de classe mundial no que se refere à capacidade técnica e isso não mudou. É óbvio que acompanhamos as manchetes sobre Petrobras e isso traz algum grau de preocupação, mas a grande pergunta era se a empresa conseguiria manter os investimentos e ela tem feito escolhas adequadas em seus programas de investimentos", disse Beurden após o encontro com Temer.

O executivo destacou que, com a compra da britânica BG, a Shell se tornou a maior sócia da Petrobras no Brasil e prometeu novos investimentos para as próximas décadas, apesar de não formalizar nenhum anúncio.

"Não temos um anúncio ou um pedido a fazer, só viemos sublinhar a importância do Brasil para a empresa. A indústria do petróleo tem um tempo de vida muito grande e os investimentos são feitos pensando no longo prazo", disse.

Beurden afirmou ainda que Temer "destacou" a importância de manter um "clima positivo" para a economia do Brasil e pediu que a Shell continue investindo no país.

"Tudo o que ouvi hoje dá suporte para um lugar seguro para investimentos", disse o presidente da Shell que, antes de se reunir com Temer, teve um encontro com o ministro Fernando Coelho (Minas e Energia) e ainda se reuniria com o presidente da Petrobras, Pedro Parente.

Hoje, o investimento da Shell no Brasil representa 15% do total de aporte da empresa e, em termos de produção, de 10% a 15% do total.


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