Folha de S. Paulo


EUA serão um dos 5 maiores destinos de carne brasileira até 2017, diz JBS

A JBS, maior produtora global de carnes, avalia que em 2017 os Estados Unidos estarão entre os cinco principais destinos de carne bovina brasileira devido à competitividade do produto nacional.

A afirmação foi feita por um alto executivo da companhia nesta sexta-feira (23), dia em que a empresa realizou seu primeiro embarque de cortes in natura para o território norte-americano.

Segundo o presidente da JBS Mercosul, Miguel Gularte, o Brasil tem competitividade até mesmo para vender fora da cota isenta de tarifas, de 64,8 mil toneladas de carne in natura, na qual o país foi incluído após acordo histórico em agosto com o governo dos EUA.

"Quando terminar o volume da cota [isenta de tarifa], os negócios vão seguir de forma normal, e o cliente vai ter que pagar e talvez descontar o preço", afirmou o executivo, referindo-se ao imposto de 26,4% cobrado para as vendas fora da cota.

Um dos trunfos do Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, é ter ampla oferta da carne de dianteiro do gado, usada para fazer hambúrguer, produto altamente consumido nos EUA.

Segundo o presidente da JBS Mercosul, o fato de a carne brasileira ter baixo percentual de gordura, devido ao tipo de gado que predomina no Brasil, ajuda na utilização do produto como ingrediente na preparação dos hambúrgueres.

A posição de líder do Brasil na exportação global, com uma capacidade de oferta constante, também facilita os negócios. O executivo destacou a atuação que a JBS tem nos Estados Unidos, responsável por favorecer a penetração da carne brasileira.

"Como temos uma operação consolidada nos EUA, com clientes variados e importantes, é evidente que vamos ter facilidade de colocar o nosso produto", afirmou Gularte sobre a unidade norte-americana, líder em faturamento do grupo.

Diego Giudice/Bloomberg
Empregados na fábrica da Swift & Co., da JBS, em imagem de 2011
Empregados na fábrica da Swift & Co., da JBS, em imagem de 2011

COTA

Considerando que o Brasil obteve apenas recentemente autorização para exportar aos Estados Unidos, Gularte avaliou que a cota sem tarifa de 64,8 mil toneladas não será utilizada integralmente em 2016.

Ele afirmou que, até o momento, ainda existem pouco mais de 30 mil toneladas na cota sem tarifa, após a Nicarágua ter exportado 26 mil toneladas e a Costa Rica outras 6,9 mil toneladas.

O executivo diz acreditar que o país conseguirá enviar, ao todo 20 mil toneladas para os EUA na cota até o final de 2016.

"Ano que vem, com a estrutura de produção já funcionando, com as empresas já habilitadas, possivelmente deve ser consumida toda, com o Brasil ficando com grande parte dela", afirmou.

A empresa de alimentos Marfrig fez no domingo (18) seu primeiro embarque de carne bovina in natura para os Estados Unidos, no que, segundo ela, foi o primeiro negócio do gênero após a abertura do comércio de carne in natura entre os dois países.

O anúncio foi seguido pela JBS, que divulgou na segunda-feira (19) que um contêiner de carne bovina in natura saiu de fábrica em Campo Grande (MS) para o porto de Itapoá (SC).

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