Folha de S. Paulo


Cade aprova compra de fatia da CPFL pela chinesa State Grid

Divulgação
Funcionário da CPFL trabalha em poste de energia
Funcionário da CPFL trabalha em poste de energia

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, sem restrições, a compra pela chinesa State Grid da fatia de 23% da Camargo Corrêa na maior elétrica privada do Brasil, a CPFL Energia, segundo despacho publicado no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (22).

A CPFL informou que a venda ocorreu ao preço de R$ 25 por ação, o que deve representar cerca de R$ 6 bilhões, e envolveu também a participação de 51,6% da companhia na subsidiária CPFL Renováveis, avaliada no negócio em R$ 3,17 bilhões.

Com a oficialização do negócio, os demais controladores da CPFL, que incluem o fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, Previ, e a Bonaire, que representa diversos fundos, poderão exercer direito de preferência na compra da fatia da Camargo ou decidir pela venda conjunta de suas participações à State Grid, pelo mesmo valor por ação.

Na análise do processo, o Conselho afirmou que os mercados de atuação da CPFL —geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia— "estão sujeitos à intensa regulação por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), reduzindo a probabilidade de um comportamento anticompetitivo" após a transação.

A maior elétrica do mundo disse ao órgão de defesa da concorrência que o negócio "possivelmente" envolverá também a aquisição das parcelas de outros sócios da CPFL, o que poderia levar o valor total da transação a superar R$ 25 bilhões e tornar a State Grid a única acionista da companhia.

Se Previ e Bonaire saírem da companhia, será acionada a opção de tag along, pela qual os acionistas minoritários terão a oportunidade de também vender suas participações na CPFL aos chineses pelo mesmo valor ofertado aos demais sócios.

Procurados, Previ e Bonaire não responderam imediatamente se já decidiram sobre a permanência como acionistas na CPFL Energia.

Apesar do aval do Cade, a conclusão do negócio depende também de aprovação pela Aneel.

A State Grid entrou no mercado brasileiro em 2010, quando fechou a aquisição de ativos de transmissão de energia por quase US$ 1 bilhão.

Desde então, a State Grid já arrematou concessões para construir no Brasil projetos de grande porte na área de transmissão, como as linhas de transmissão que escoarão a energia da hidrelétrica de Belo Monte do Nordeste para o Sudeste.


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