Folha de S. Paulo


São Paulo, Paraná e Santa Catarina lideram ranking de competitividade

Os Estados brasileiros do Sul e Sudeste como São Paulo, Paraná e Santa Catarina lideram no país entre as unidades da federação mais competitivas na busca por investimentos em função de itens como infraestrutura, potencial de mercado e inovação.

Atrás dessas regiões vêm o hoje emergente Centro-Oeste, principalmente em função do agronegócio, e os Estados do Norte e Nordeste, que ocupam as últimas posições no Ranking de Competitividade dos Estados, lançado nesta segunda-feira (19) pelo Centro de Liderança Pública (CLP).

O levantamento, elaborado pela Tendências Consultoria e pela Economist Intelligence Unit, foi realizado a partir de 65 indicadores divididos em dez pilares gerais que têm como referência dados das mesmas áreas dos países que fazem parte da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

RANKING DE COMPETITIVIDADE DOS ESTADOS - Desempenho dos Estados, em pontos

Entre os pilares constam as áreas de infraestrutura, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, potencial de mercado e segurança, entre outras.

A posição no ranking dos Estados é obtida por meio de pontos, onde os Estados e seus respectivos pilares têm 100 como nota máxima.

Segundo as análises dos autores do ranking, em suas últimas edições o posicionamento dos Estados vem espelhando em boa medida a dinâmica atual da economia brasileira, com perda de participação do setor industrial e aumento da atividade nas regiões mais voltadas ao agronegócio.

AGRICULTURA

O potencial de mercado das regiões agrícolas tem crescido, o que acaba influindo em uma melhora da situação fiscal dessas unidades da federação. Já os Estados do Sudeste, mais industrializados, apresentam tendência de piora na situação fiscal.

O economista Adriano Pitoli, da Tendências, diz que os Estados agrícolas do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são exemplos de melhora tanto em termos de potencial de mercado quanto de sustentabilidade de suas contas.

"O crescimento potencial só não é maior por causa de problemas na infraestrutura, que, espera-se, sejam minimizados com os novos programas de concessões de obras para a área", diz.

De um modo geral, o trabalho destaca que, juntamente com a educação, a deficiência crônica do Brasil na área de infraestrutura é "sem dúvida, um dos principais desafios para a melhoria da competitividade do país".

Já os Estados mais ricos como São Paulo e Rio de Janeiro seguem a tendência de piora na questão financeira justamente por terem ficado mais expostos, por conta do seu alto grau de industrialização, aos efeitos da recessão dos últimos trimestres (que levou a quedas mais acentuadas na arrecadação tributária).

Para o também economista da Tendências Fabio Klein, embora o levantamento mostre como os Estados do Sul e Sudeste (SP, PR e SC são os três primeiros colocados no ranking geral) ainda concentram as melhores condições competitivas no país, a ascensão das áreas agrícolas é "muito positiva". "Trata-se de um sinal de desconcentração de renda", diz.

Para Luiz Felipe d´Ávila, diretor-presidente do Centro de Liderança Pública, é possível inferir que a atual recessão tenha diminuído de maneira geral o grau de eficiência dos Estados. Mas ele pondera que vários deles vêm fazendo ajustes que poderão ajudar em uma recuperação futura.


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