Folha de S. Paulo


Centrais sindicais criticam reforma trabalhista e planejam protesto

Marcos Santos/USP Imagens
Fotos Públicas. Foto: Marcos Santos / USP Imagens. Medo de perder emprego aumenta 5,4%, mostra pesquisa da CNI. Carteira de trabalho, desemprego, emprego
Carteira de trabalho

As declarações do governo sobre mudanças na legislação trabalhista têm deixado sindicalistas não só irritados como também confusos.

"Para nós, essas falas são balões de ensaio, e balões furados", afirma João Carlos Gonçalves Juruna, secretário-geral da Força Sindical.

Em nota, a entidade afirma que o governo "precisa ter mais prudência na divulgação de medidas que estão sendo feitas de forma atabalhoada e fatiada" e que repudia a retirada de direitos já estabelecidos, como a jornada de oito horas diárias.

Na quinta (8), o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, afirmou em discurso a sindicalistas que uma das propostas para a reforma da legislação é dar segurança jurídica a acordos coletivos que ampliem a jornada diária para até 12 horas, dentro da limitação semanal de 48 horas.

Depois da repercussão negativa da fala, a pasta realizou ação nas redes sociais nesta sexta (9) e divulgou nota à imprensa para esclarecer que não defende ampliação da jornada de trabalho.

Sérgio Nobre, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), preferiu não comentar as declaração de Nogueira porque, até o momento, está tudo uma "confusão", diz. Ele afirma que a entidade é contra qualquer reforma na Previdência e na legislação trabalhista.

"Na nossa avaliação, o país precisa de uma agenda de crescimento. Essas reformas são equivocadas", diz.

Movimentos trabalhistas organizam manifestações contra o que entendem como retirada de direitos pelo governo. De acordo com Juruna, a Força Sindical planeja um ato nacional para o dia 22 de setembro.

Uma semana depois, no dia 29, metalúrgicos prometem realizar uma paralisação em todo o país contra as propostas de reformas.


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