Folha de S. Paulo


Sauditas e russos firmam pacto que pode limitar produção de petróleo

Sergei Karpukhin/Reuters
Refinaria de petróleo na Russia: país assinou acordo que pode limitar produção de petróleo
Refinaria de petróleo na Russia: país assinou acordo que pode limitar produção de petróleo

A Arábia Saudita e a Rússia assinaram nesta segunda-feira (5) um acordo de cooperação no mercado de petróleo, em um pacto que não vai resultar em ação imediata na produção, ainda que limites na extração possam ocorrer no futuro.

As informações sobre o assunto causaram alta acentuada dos preços do petróleo, com a expectativa de que os maiores produtores poderão trabalhar juntos para lidar com o excesso de oferta global.

O acordo foi assinado pelos ministros da Energia da Arábia Saudita e da Rússia, na China, paralelamente à reunião do G20, e veio após uma reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o príncipe saudita Mohammed bin Salman.

O ministro da Energia russo, Alexander Novak, disse que os dois países estavam se movendo em direção a uma aliança estratégica em energia e o alto nível de confiança que lhes permitiria fazer frente aos desafios globais.

O ministro da Energia saudita, Khalid al-Falih, disse que o acordo iria incentivar outros produtores a cooperar.

Os preços do petróleo Brent subiram quase 5% antes de uma coletiva de imprensa com os ministros, mas reduziram ganhos e operavam com alta de 0,75% às 9h41 (horário de Brasília), conforme o acordo não produziu nenhuma ação imediata.

"Não há necessidade agora de congelar a produção... Temos tempo para tomar este tipo de decisão", disse Falih, acrescentando que "congelar a produção é uma das possibilidades preferenciais, mas não tem que acontecer especificamente hoje."

A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) vai ter conversas informais na Argélia no final deste mês e deve se reunir oficialmente em Viena, em novembro.

EMPRESAS

Não importa a queda nos preços do petróleo, os grandes cortes de gastos e os milhares de empregos perdidos –as principais empresas de petróleo e gás do mundo vão produzir mais do que nunca por algum tempo.

Enquanto as principais petroleiras lutam com a queda das receitas na sequência da redução para menos da metade dos preços desde meados de 2014, após anos de crescimento espetacular, sua produção tem crescido persistentemente devido a projetos sancionados no início da década que entram em operação.

A produção total das sete maiores empresas de petróleo e gás do mundo deve aumentar em cerca de 9 por cento entre 2015 e 2018, de acordo com estimativas de analistas.

Com uma esperada recuperação nos preços, o aumento da produção deve impulsionar o fluxo de caixa e garantir pagamentos de dividendos generosos, o que havia forçado as empresas a dobrar os empréstimos ao longo da crise.

"Há uma série de projetos que entrarão em funcionamento durante os próximos três anos, que vão apoiar o fluxo de caixa e, finalmente, os dividendos ", disse a analista da Barclays Lydia Rainforth.


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