Folha de S. Paulo


Com fim de obras olímpicas, Rio lidera perda de emprego na construção civil

Yasuyoshi Chiba - 5.jun.2016/AFP
Rio de Janeiro's VLT (light rail vehicle) is inaugurated in Rio de Janeiro, Brazil, on June 5, 2016. The first phase of the VLT links the Novo Rio bus terminal to the Santos Dumont airport. From Monday, the VLT will transport passengers from the museums stop to the airport between 12:00 and 15:00, only on weekdays. / AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA
Novo VLT, que foi inaugurado no Rio para a Olimpíada

Com o fim das grandes obras relacionadas aos Jogos Olímpicos, realizados em agosto, a cidade do Rio de Janeiro passou a liderar neste ano as perdas de empregos formais no setor de construção civil.

Segundo dados do Ministério do Trabalho, foram fechados 25.946 postos de trabalho (saldo de contratações e demissões) no setor de janeiro a julho na capital do Rio. Somente em julho foram 8.630 demissões.

O período foi marcado pela conclusão de obras importantes para a Olimpíada do Rio, como a da linha 4 do metrô, que liga Ipanema, na zona sul do Rio, até a Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade.

Outras obras importantes concluídas no período foram o Parque Olímpico da Barra e o corredor de ônibus da Transolímpica, que liga Deodoro ao Recreio dos Bandeirantes, bairros da zona oeste.

No ano passado inteiro a perda de empregos do setor no Rio era bem menor: 12.393 empregos postos foram fechados, menos do que municípios como São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Altamira (no Pará, onde está a usina de Belo Monte).

Segundo Bruno Leonardo, economista da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), o fim das obras olímpica se soma à crise enfrentada pelo setor imobiliário.

"Os números mostram que não há uma euforia tão grande assim sobre o Rio de Janeiro após a Olimpíada", disse o economista.

As demissões na construção civil somaram-se aos cortes de setores como comércio (-14.224), serviços (-9.345) e indústria de transformação (-12.962).

No acumulado do ano, o Rio perdeu no total 58.107 postos de trabalho. Segundo dados do Ministério do Trabalho, o municípios fica atrás apenas de São Paulo (-72.996).

O emprego tem sido um dos temas explorados por candidatos a prefeito no Rio. Em geral, os candidatos defendem formação profissional e estímulo ao empreendedorismo.

"Os índices econômicos da cidade tendem a piorar com o fim do ciclo de investimentos relacionados aos megaeventos", avalia o programa de Marcelo Freixo (Psol).

O candidato Pedro Paulo (PMDB) assume a meta de criar 112 mil empregos diretos em 25 projetos, com a construção de BRTs (ônibus expressos) e VLTs (veículo leve sobre trilhos).


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