Folha de S. Paulo


Gasto de brasileiro no exterior é o menor para julho em 7 anos

Os brasileiros continuaram a reduzir os gastos em viagens ao exterior no mês de julho, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (23). As despesas dos turistas do Brasil lá somaram US$ 1,362 bilhão no mês passado, o que representa uma queda de mais de 18% em comparação com os US$ 1,677 bilhão gastos em julho de 2015. O resultado é o menor para meses de julho desde 2009, quando as despesas somaram US$ 1,044 bilhão.

No acumulado de janeiro a julho, esses gastos somam US$ 7,894 bilhões. O valor é 32% inferior aos US$ 11,617 bilhões gastos pelos brasileiros em viagens internacionais nos sete primeiros meses do ano passado.

Gastos dos brasileiros no exterior - Em US$ milhões

A redução dos gastos no exterior acontece em um cenário de fraco desempenho da economia brasileira, o que piora o mercado de trabalho e diminui a renda das famílias. Somado a isso, o patamar mais alto do dólar ante o real quando comparado a anos anteriores aumenta o custo das viagens internacionais para o brasileiro.

"O câmbio e a renda menor neste ano ajudam a explicar a menor demanda por viagens ao exterior", avaliou o chefe do departamento econômico do Banco Central, Tulio Maciel.

A queda nas despesas com viagens é um dos fatores que contribuem para reduzir o deficit do Brasil nas suas transações de bens, serviços e rendas com outros países.

OLIMPÍADA

O gasto dos estrangeiros no Brasil, durante a Olimpíada, vai ajudar a reduzir o deficit na conta de viagens, que considera as despesas dos brasileiros lá fora e os gastos dos turistas internacionais no país. Em julho, o saldo ficou negativo em US$ 895 milhões.

Nos 15 primeiros dias úteis de agosto, o saldo do mês está negativo em US$ 520 milhões. Esse valor é resultado, segundo o Banco Central, de receitas que somaram US$ 417 milhões e despesas que ficaram em US$ 937 milhões.

As receitas, que representam os gastos dos estrangeiros no Brasil, eram de US$ 297 milhões nos primeiros 15 dias úteis de agosto do ano passado. Ou seja, houve um aumento de US$ 120 milhões, que o Banco Central considera efeito dos Jogos Olímpicos.

"Não estávamos vendo incremento dessa magnitude em meses anteriores. Agora estamos vendo incremento mais expressivo e é efeito das Olimpíadas", afirmou.


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