Folha de S. Paulo


Petrobras tenta convencer grevistas sobre a venda de ativos

Com parte dos petroleiros em greve contra a venda de ativos, a direção da Petrobras vem intensificando esforços para tentar convencer os empregados da estratégia adotada para enfrentar a crise.

A reação do presidente da companhia, Pedro Parente, se intensificou após o anúncio, na sexta-feira (29), da venda da área de Carcará, no pré-sal, por US$ 2,5 bilhões.

Desde que Parente assumiu a presidência da estatal passou a publicar cartas para os funcionários a cada 15 dias, numa estratégia para se aproximar da força de trabalho.

No comunicado desta segunda (1º), questionou as paralisações contra o processo de venda de 104 campos de petróleo em terra e defendeu as medidas adotadas pela direção da companhia.

Segundo ele, os grevistas "não consideram o momento dificílimo que a empresa vive e que a realidade financeira da Petrobras exige decisões urgentes". Ele voltou a frisar que não espera que a União socorra a estatal.

Na carta, o presidente da estatal reclama de ter sido chamado por sindicalistas de "o canalha do Pedro Parente", em manifestação sindical em frente à sede da empresa na semana passada.

A nomeação de Parente, em junho, gerou forte reação nos sindicatos e a relação piora à medida em que a estatal anuncia novos avanços no plano de venda de ativos.

No sábado (30), a diretora de exploração e produção, Solange Guedes, foi convocada a defender a venda da área de Carcará, que representa a saída da estatal de uma área promissora no pré-sal.

Também em comunicado interno, Guedes disse que Carcará tem peculiaridades que impediriam a Petrobras de usar os mesmos equipamentos que usa em outras áreas do pré-sal.

"Dessa forma, o desinvestimento em Carcará se justifica sob a ótica de que temos outros excelentes ativos que podem ser explorados em prazos mais curtos", disse.

O comando da companhia discute ainda com os empregados da estatal uma campanha de "valorização da força de trabalho", para reverter os danos de imagem provocados pelas investigações da Operação Lava Jato.


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