Folha de S. Paulo


Mercado projeta queda menor do PIB neste ano e inflação de 5,2% em 2017

O mercado projeta queda menor da atividade econômica neste ano e inflação mais próxima ao centro da meta do governo em 2017, de acordo com pesquisa semanal do Banco Central divulgada nesta segunda-feira (1º).

O Boletim Focus, consulta do BC com economistas e instituições financeiras, indica que a retração do PIB (Produto Interno Bruto) será de 3,24% em 2016, contra projeção de 3,27% na semana passada. Para 2017, a estimativa de crescimento foi mantida em 1,10%, enquanto em 2018 a expansão prevista é de 2%, a mesma da pesquisa anterior.

O otimismo com a economia já começa a ser refletido nas perspectivas de investimentos no país. As multinacionais que atuam no Brasil começam a desenhar um cenário menos pessimista para o país.

Levantamento feito a partir de teleconferências com analistas de cem multinacionais com operações no Brasil registrou comentários positivos por parte dos executivos em 52% dos casos. Pesquisa similar no início de 2015 mostrava que, na época, apenas 22% das empresas viam boas oportunidades no país.

A melhora também foi indicada pelo Banco Central na semana passada. A ata do Copom (Comitê de Política Monetária) afirma que a recessão pode estar próxima do fim.

"Todos os membros do comitê enfatizaram que a continuidade dos esforços para aprovação e implementação dos ajustes na economia, notadamente no que diz respeito a reformas fiscais, é fundamental para facilitar e reduzir o custo do processo de desinflação", afirmou o comitê.

Boletim Focus

PREÇOS

A previsão para a inflação neste ano se manteve em 7,21%, enquanto para 2017 a projeção recuou de 5,29% para 5,20%, abaixo da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que é 4,5% com 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2018, a inflação estimada é de 4,5%.

Na ata do Copom, os diretores do BC manifestaram preocupação com a inflação, que tem recuado a uma velocidade "aquém da almejada". Alguns esperavam uma queda maior dos índices de pressões diante da desaceleração econômica. Outros afirmam que houve avanços.

Por causa disso, a projeção para a taxa básica de juros no fim deste ano subiu de 13,25% para 13,50%. Para 2017, foi mantida em 11%.

A previsão para o câmbio voltou a cair. Os economistas e instituições financeiras consultados pelo BC cortaram a estimativa para o dólar de R$ 3,34 para R$ 3,30 no fim de 2016 e mantiveram em R$ 3,50 no próximo ano.


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