Folha de S. Paulo


Mercado reduz projeção para inflação neste ano e vê leve piora do PIB

As projeções para a atividade econômica neste ano sofreram leve piora, enquanto a estimativa para a inflação melhorou em 2016 e 2017, segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (25).

A pesquisa semanal do Banco Central com economistas e instituições financeiras projetou leve piora para o PIB (Produto Interno Bruto) neste ano. A estimativa passou de queda de 3,25% para retração de 3,27%. Em 2017, a previsão de crescimento de 1,10% foi mantida, assim como a projeção de 2% para 2018.

Nesta segunda-feira, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) afirmou, em entrevista à Folha, que se o Congresso não aprovar a criação de um teto para os gastos públicos, o país precisará um preço alto, traduzido por ele como novas rodadas de aumento de impostos e juros mais altos por longo período, o que travará o crescimento.

Ele disse ainda que cumprirá a meta de fechar o ano com deficit de R$ 170,5 bilhões, apesar da alta de despesas e da queda das receitas que levaram o governo a rever projeções na semana passada.

Boletim Focus

O Boletim Focus desta semana mostrou queda da projeção para a inflação em 2016 e 2017. A previsão é que o IPCA termine o ano a 7,21%, ante 7,26% na pesquisa passada. A estimativa para 2017 recuou levemente, passando de 5,30% para 5,29%.

Já para 2018, a expectativa é que a inflação seja de 4,50%, contra projeção de 4,60% na semana anterior.

A melhora ocorre apesar de dados divulgados pelo IBGE que mostram que a inflação resiste em ceder. A prévia da inflação se manteve pressionada em julho, afetada pelos preços de alimentos e bebidas. O IPCA-15 foi de 0,54% em julho, acima do registrado em junho (0,40%), mas abaixo do mesmo mês do ano passado (0,59%).

A projeção para a taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 13,25% neste ano e em 11% em 2017, após o Banco Central decidir, por unanimidade, manter o juro básico em 14,25% na mais recente reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).

"Tomados em conjunto, o cenário básico e o atual balanço de riscos indicam não haver espaço para flexibilização da política monetária." Essa foi a primeira reunião sob o comando de Ilan Golfajn e da nova diretoria do Banco Central. O mercado buscará mais pistas sobre a condução da política monetária nesta terça-feira, quando será divulgada a ata do encontro.

Para a taxa de câmbio, a projeção recuou de R$ 3,39 para R$ 3,34 neste ano e se manteve em R$ 3,50 em 2017.


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